O grupo Libra tem projetos para duplicar os dois terminais de contêineres da empresa, no Rio e em Santos, com investimentos que podem chegar, no total, a R$ 400 milhões. O grupo também desenvolve projeto para instalar um terminal privativo multiuso no porto de Imbituba (SC). Simultaneamente, o Libra analisa novas oportunidades de negócios. "Todos os terminais portuários, sejam existentes ou futuros projetos, nos interessam", diz Marcelo Araújo, presidente da Libra Holding, estrutura recém-criada para reunir todas as empresas do grupo.
No Rio, o Libra tem plano para ampliar a operação, tema que está em discussão com a Companhia Docas (CDRJ) e com a concorrente da empresa, a Multiterminais, concessionária de um terminal de contêineres contíguo ao do grupo no porto carioca. O plano prevê ampliar a capacidade do Terminal 1-Rio, controlado pelo Libra, de 400 mil TEUs (contêiner equivalente a 20 pés) para mais de 700 mil TEUs por ano, disse Araújo.
O investimento na duplicação do terminal no Rio deverá ficar entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões, mas o valor final depende do formato do projeto, incluindo equipamentos, aterro e construção de berços. Em Santos, principal porto do país, o grupo também discute com a Companhia Docas (Codesp) um programa de expansão. A intenção é investir R$ 250 milhões em três anos para aumentar a capacidade de movimentação de contêineres do Libra, em Santos, de 800 mil TEUs para 1,5 milhão ou 1,6 milhão de TEUs.
Hoje, nos dois terminais, Rio e Santos, o Libra movimenta um milhão de TEUs por ano. Araújo disse que o grupo tem interesse de participar dos estudos de viabilidade do projeto Barnabé-Bagres, para a expansão do porto de Santos. "Fizemos acordo com a CNEC, empresa de projetos da Camargo Corrêa que fará os estudos técnicos de engenharia e ambientais de Barnabé-Bagres para a Libra", disse Araújo.
O grupo também desenvolve os projetos executivos do terminal privativo multiuso de Imbituba (SC), a cargo da empresa IEP, uma sociedade na qual o Libra tem 50%. Os investimentos estimados para o projeto somam R$ 230 milhões. O terminal tem potencial de movimentar granéis sólidos e líquidos, carga frigorificada e contêineres.
Araújo prevê que a recessão mundial deve reduzir o volume de contêineres movimentados no Brasil entre 5% e 8% em relação ao ano passado. Ele reconhece que há cenários piores para o setor que projetam quedas de até 20%. "Trabalhamos com possibilidade de um cenário mais otimista, a partir de uma recuperação no segundo semestre, o que poderia zerar a queda ou até produzir um crescimento marginal", disse Araújo.
Perguntado se acredita em pressão dos armadores para reduzir tarifas nos portos, ele reconheceu que, na atual conjuntura, todos os acordos comerciais no mundo da logística estão sendo rediscutidos. Na armação, o Libra mantém a Companhia de Navegação da Amazônia (CNA) e 50% da Tug Brasil, empresa de rebocadores e apoio portuário. No segmento de logística, o grupo tem um conjunto de terminais interiores, incluindo uma sociedade com a Mitsui na Libraport, um porto seco em Campinas (SP).
Em 2008, o grupo investiu R$ 100 milhões em um terminal rodo-ferroviário, o Terminal Valongo (Teval), em Santos. Também no ano passado, colocou em operação a Libra Cubatão, um terminal frigorífico que recebeu investimentos de R$ 40 milhões. Fora da área de logística, o grupo tem participação de 9,25% na Companhia Providência, produtora de matérias-primas para fraldas descartáveis e artigos hospitalares.
Veículo: Valor Econômico