O Sonda, quinta maior cadeia de supermercados do Estado de São Paulo, está buscando outros meios para viabilizar sua expansão. Por enquanto, a rede fez o que várias companhias que viram minguar os seus planos de abrir o capital fizeram. Bateu às portas do BNDES na expectativa de que o banco estatal libere recursos para construção de pelo menos seis lojas neste ano. Cada novo supermercado custa em torno de R$ 20 milhões a R$ 25 milhões.
"Os controladores não têm interesse em vender a empresa", afirma Roberto Moreno, diretor financeiro do Sonda, ao negar que a companhia pode ser levada a recorrer a um processo de venda devido à crise no mercado de crédito. A varejista paulista, porém, é vista como um possível alvo de aquisição no setor de supermercados, principalmente devido à sua forte presença na capital paulista, o maior mercado consumidor do país. Segundo fontes do setor, os seus donos, os irmãos Deocir e Idi Sonda, já pediram no passado preços elevados, considerados inviáveis pelos grandes compradores.
Com outros negócios na carteira, os irmãos Sonda parecem não ter pressa em se desfazer da empresa. No entanto, problemas de sucessão poderão mudar o curso das negociações, avaliam fontes. Idi Sondas possui 66 anos e seus dois filhos trabalham na empresa. Deocir Sondas, de 60 anos, não possui herdeiros. Cada um detém 50% das ações da companhia.
Segundo Moreno, o grupo pretende constituir neste ano uma holding para abrigar seus três diferentes negócios: supermercados, imóveis e esportes - o grupo é dono da Dis, empresa que agencia jogadores de futebol.
Na área imobiliária, o grupo detém mais de R$ 1 bilhão em ativos, que incluem, além dos imóveis onde funcionam as lojas, participações societárias em shoppings, como o Anália Franco (SP). O grupo também está construindo um aeroporto na Praia Grande, diz Moreno. Os balanços do Sonda são auditados pela Terco e, a partir de 2010, devem começar a ser publicados conforme as novas exigências legais.
Em 2008, o Sonda entrou para o time das varejistas com faturamento anual de R$ 1 bilhão. A empresa fechou o ano passado com 22 lojas e vendas de R$ 1,041 bilhão. Em 2007, sua receita havia sido de R$ 835 milhões. Sete lojas foram abertas em 2008 e outras duas estão sendo construídas neste ano. No ano passado, a rede comprou três lojas da rede Cobal e uma unidade em São José dos Campos.
Em dezembro último, a cadeia paulista de supermercados atingiu um recorde de vendas de R$ 116 milhões, o que representou um crescimento de 27% em relação ao Natal. O aumento deve-se em grande parte à maior agressividade nos preços, em especial de produtos sazonais, diz Moreno. No último Natal, as varejistas tiveram que recorrer à pesadas promoções para manter o ritmo de vendas. Mas a expectativa é de que as ofertas tenham impacto nas margens de lucro no fim do ano.
Veículo: Valor Econômico