Venda de orgânicos cresce após nova regulamentação

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Brasil deve repetir o caminho da Europa  e dos Estados Unidos, com mercado nacional ganhando até 25%, nos próximos 5 anos

Impulsionado pelo aumento da busca dos consumidores brasileiros por produtos mais saudáveis e seguros, o mercado de orgânicos tem crescido significativamente nos últimos anos. Segundo estimativa do Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD), responsável pelo Projeto Organics Brazil, o faturamento do segmento foi de R$ 1,5 bilhão no ano passado, sendo 40% proveniente de exportações. O IPD projeta ainda crescimento entre 20% e 25% nos próximos cinco anos, atingindo faturamento de R$ 2 bilhões já em2014.

Segundo Ming Liu, coordenador executivo de projetos do IPD, os produtos mais exportados pelo Brasil são açúcar, óleo de palma, frutas (sucos e in natura), mel e castanha. “Exportamos para mais de 70 países. Por outro lado, ainda importamos muitos laticínios, massas e produtos que tem trigo como base”, diz ele.

Liu explica que a tendência é que o Brasil repita os passos de países europeus e dos Estados Unidos, que até cinco anos após a regulamentação do setor viram seus mercados de orgânicos crescerem cerca de 40% ao ano, e hoje já representam entre 80% e 90% do consumo mundial.

A regulamentação brasileira data de 2011 e tem se consolidado, como aumento dos investimentos no setor, chegada de novas empresas e lançamento de produtos inovadores com alto valor agregado.

“Empresas como Coca-Cola e Kraft já possuem nos EUA suas marcas orgânicas. Elas devem fazer o mesmo no Brasil. Os consumidores brasileiros estão mais conscientes e já procuram produtos mais saudáveis”, explica Liu.

“O mercado brasileiro de orgânicos ainda é novo e não há campanhas de educação do consumidor, que tem que entender que apesar do maior preço, os produtos têm ainda um viés ambiental e social. A região Sul é a que mais produz e consome orgânicos. Mas Rio, Espírito Santo e Bahia também se destacam”, completa.Segundo Liu, entretanto, os preços dos orgânicos não devem cair nos próximos anos. “A forma de economizar é comprar produtos da época e negociar diretamente como produtor”.

Há nove anos, a Bio Brazil Fair/ BioFachAmérica Latina-Feira Internacional de Orgânicos e Agroecologia contribui para o desenvolvimento do setor ao reunir produtores, processadores, compradores e público consumidor. Para Liu, eventos como este são importantes para educar o consumidor.

O evento reúne 120 empresas em São Paulo e a grande novidade deste ano é a parceria com a Nürnberg Messe, promotora da alemã Bio Fach, maior evento de orgânicos do mundo, com edições na Alemanha, Índia, China, Japão e Estados Unidos. Coma união, a versão latino-americana passa a integrar o calendário internacional de feiras do setor e amplia as oportunidades de negócios de seus expositores com compradores do mundo




Veículo: Brasil Econômico


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