Para recuperar feijões perdidos

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O governo federal está investindo em duas frentes para reduzir o preço do feijão ao consumidor. A primeira medida foi estimular a importação zerando a cobrança Tarifa Externa Comum (TEC) para produtos de fora do Mercosul. Sem a taxa de 10%, deve aumentar a entrada do produto de outros países, especialmente da China. Aumentando a oferta, a tendência é de que haja redução o preço fina

A segunda medida tenta estancar a queda na produção interna e, se possível, aumentar a área plantada. Para isso, o governo tenta seduzir o produtor com aumento em 41,6% no valor pago na safra 2013/2014. Ao aprovar o preço mínimo de R$ 105 por saca, na sexta-feira, o Conselho Monetário Nacional assegurou ao produtor que ele receberá pelo menos a cotação média dos últimos anos, na faixa de R$ 100. O problema é que o “mundo real” está com preços médios de R$ 133,60, de acordo com a Emater. Ainda assim, Dulphe Pinheiro Machado Neto, engenheiro agrônomo da Emater, avalia que o valor proposto pode ao menos ajudar a manter a atual área – que no Rio Grande do Sul encolheu 13,1% em relação a safra 2011/2012. Em São Paulo, a queda chega a 30% e perto de 36% no Norte. São áreas perdidas para culturas como soja, milho e pecuária.

– A queda na oferta de feijão só não foi maior porque a produtividade vem crescendo no Estado. Com esse mínimo garantido de R$ 105, o governo deve conseguir ao menos manter a área plantada e diminuir um pouco o preço ao consumidor – avalia Dulphe

Na hora de pagar o feijão no caixa do supermercado, porém, o impacto ainda pode demorar um tanto. O produtor começa a semeadura no Rio Grande do Sul apenas entre agosto e setembro. É só então que se terá ideia de quanto o novo preço mínimo estimulou a ampliação da área plantada. Caso não haja avanços, o jeito vai ser continuar a comprar feijão chinês para compor o mais tradicional prato do brasileiro. Mas o arroz, pelo menos, ainda é nosso.



Veículo: Zero Hora - RS


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