O mercado brasileiro de soja registrou maior movimentação ao longo da semana e preços em elevação nas principais praças de comercialização do país. A forte valorização do dólar sobre o real deu competitividade às commodities de exportação, incluindo a soja, e garantiu o bom desempenho das cotações.
A saca de 60 quilos subiu de R$ 67,50 no dia 13 para R$ 69,50 no dia 20, em Passo Fundo (RS). Em Cascavel (PR), o preço passou de R$ 62,50 para R$ 66,00. Em Rondonópolis (MT), a cotação avançou de R$ 56,50 para R$ 59,50. Em Dourados (MS), a saca também teve elevação, saindo de R$ 57,50 para R$ 60,00. A cotação também subiu em Rio Verde (GO): de R$ 59,00 para R$ 63,00.
O motivador para a alta foi o desempenho do dólar comercial. A moeda norte-americana acumulou valorização de 5,86% na semana, fechando a quinta-feira a R$ 2,258, o maior patamar desde 2009. O comportamento da moeda obrigou o Banco Central (BC) a atuar no mercado, tentando evitar ganhos ainda mais consistentes.
A trajetória de alta do dólar foi acelerada na quarta-feira, após o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, ter anunciado manter o volume do programa de compra de ativos em US$ 85 bilhões mensais. No entanto, o presidente do conselho da instituição, Ben Bernanke afirmou que as injeções mensais de liquidez podem começar a ser desaceleradas ainda este ano, terminando no meio de 2014, se a economia dos Estados Unidos continuar evoluindo de acordo com o cenário vislumbrado pelo Fomc.
Segundo o presidente do conselho do Fed, Ben Bernanke, porém, a previsão para o programa dependerá da evolução da economia dos Estados Unidos. Caso a situação melhore, as compras podem ser desaceleradas antes. Caso contrário, o Fomc ainda tem capacidade de aumentar o volume de ativos adquiridos. "Nossa política não está predeterminada; depende dos dados", afirmou.
Ao mesmo tempo que sustentou o dólar, o anúncio pesou sobre as cotações da soja na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). Na semana, os contratos com vencimento em julho tiveram desvalorização de 0,86%, recuando de US$ 15,10 para US$ 14,97 por bushel. A boa evolução das lavouras norte-americanas e a demanda mais fraca pela soja dos Estados Unidos fecharam o cenário negativo para a oleaginosa no mercado internacional.
Para a próxima semana, as atenções internacionais seguirão voltadas para o desenvolvimento das lavouras americanas. Por enquanto, a expectativa é de que se confirme o aumento de área, resultado em produção cheia e recomposição dos estoques mundiais. Na sexta-feira, 28, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará o levantamento oficial sobre a área plantada com a oleaginosa no país em 2013.
Veículo: Diário do Comércio - MG (29/06)