Ministério da Agricultura confirmou oficialmente apenas nesta quinta-feira a vinda dos técnicos para inspecionar estabelecimentos
Nestor Tipa Júnior
Foi confirmada oficialmente nesta quinta-feira pelo Ministério da Agricultura a vinda da missão da Rússia ao Brasil, que vai avaliar indústrias e propriedades que produzem carne de frango, de aves e bovina. Os técnicos desembarcam no País neste domingo e abrem a visita com uma reunião na superintendência do Ministério da Agricultura em São Paulo. Depois, o grupo vai a Barretos, interior do estado, para vistoriar uma planta de carne bovina na terça-feira. Após, o grupo se divide em três, que parte para missão em outras regiões.
Ao todo, em duas semanas serão visitados 10 frigoríficos de bovinos, cinco de suínos e um de aves. Os russos começam o roteiro pelo Rio Grande do Sul apenas na quarta-feira, quando fazem vistoria na planta frigorífica da BRF, em Lajeado. Já na quinta-feira é a vez da Alibem, em Santo Ângelo, receber a missão. O roteiro pelo Estado se encerra na sexta-feira, com a visita à outra planta da Alibem, desta vez em Santa Rosa. Após, os técnicos russos seguem para Santa Catarina.
Conforme o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber, a articulação para preparar as indústrias frigoríficas para receber a missão russa começou no dia 14 de maio, após reunião com o ministro da Agricultura, Antônio Andrade. A partir deste momento, as cadeias produtivas envolvidas iniciaram reuniões e debates para aprimorar o controle sanitário com vistas a receber os técnicos. “Cada setor revisou todos os pontos relacionados da legislação da União Aduaneira. Revisamos também os check-lists de missões anteriores e as supervisões realizadas ainda este ano. Com isso discutimos quais os pontos que deveriam ser revisados”, relata Kerber.
O dirigente salienta ainda que, apesar de apenas três frigoríficos gaúchos estarem no roteiro dos russos, pelo menos 10 estabelecimentos se prepararam e entraram em conformidade com os pedidos da missão. “Não conhecíamos quem seriam os visitados até então. Todas as plantas se mobilizaram para buscar qualificação no controle sanitário. O que importa é que o Rio Grande do Sul terá três plantas visitadas com vista à habilitação”, salienta.
Desde 15 de junho de 2011 a Rússia impôs um embargo à carne suína do Rio Grande do Sul, além do Paraná e do Mato Grosso. Em dois anos de suspensão dos embarques, o Estado deixou de arrecadar pelo menos US$ 729,6 milhões nos embarques do produto, baseado na média mensal exportada em um ano antes da paralisação, conforme análise do pesquisador da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Guilherme Risco, feita a pedido do Jornal do Comércio e publicada na edição de 13 de junho. Apesar do embargo, a Rússia ainda é o principal mercado para a carne suína brasileira. De janeiro a maio, o país do Leste europeu importou 56,29 mil toneladas do produto, alta de 28% em relação ao mesmo período de 2012.
Veículo: Jornal do Comércio - RS (28/06)