O aumento da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da máquina de lavar tipo tanquinho, de 3,5% para 4,5%, a partir de 1º de outubro, conforme estabeleceu o Decreto nº 8.035, do governo federal, não deve afetar as vendas da mineira Suggar. A empresa, localizada no bairro Olhos d’Água, região Oeste de Belo Horizonte, produziu, apenas em 2012, cerca de 1,4 milhão de tanquinhos e continua com boas perspectivas de negócios para o segundo semestre, garante o diretor-presidente da indústria, José Lúcio Costa.
"Passar a alíquota de 3,5% para 4,5% não é nada, é menos do que a inflação do ano. E as vendas no Brasil sempre são melhores no segundo semestre, que não tem volta às aulas, IPVA, IPTU e outros tributos. Muito mais caro e prejudicial é subir os juros", ressalta o empresário.
Suas projeções são de que as vendas continuem aquecidas, porque o tanquinho é um eletrodoméstico acessível, sai a cerca de R$ 199 para o consumidor final, preço comparável ao de algumas roupas e sapatos. O que também contribui para este otimismo é a constatação de que 52% das casas, no Brasil, não possuem nenhum tipo de lavadora de roupas.
Costa considerou um avanço manter a alíquota da lavadora comum em 10% definitivamente, lembrando que não conhece, no país, dois produtos com o mesmo IPI. "Estamos fazendo um trabalho para ter alíquotas fixas", disse. Antes das desonerações promovidas pelo governo no fim de 2011, a alíquota do IPI do tanquinho estava em 10% e a dos refrigeradores e congeladores em 15%.
Recomposição - Mesmo subindo novamente daqui a três meses, as alíquotas não retornarão aos níveis originais. As desonerações de 2011 reduziram a alíquota para o tanquinho a zero e das geladeiras e freezers para 5%. Em fevereiro deste ano, com o início do processo de recomposição, os percentuais subiram para 3,5% e 7,5% e, na última segunda-feira, foi feito o anúncio de que as alíquotas passarão a 4,5% e 8,5%, respectivamente, a partir de outubro.
Os aumentos de IPI abrangem outros itens da linha branca, como fogões, e ainda produtos como móveis, luminárias e laminados. Os percentuais representaram recomposição mais lenta do que a prevista, pois a proposta inicial era fazer com que as alíquotas voltassem ao normal a partir de 1º de junho.
As alíquotas do IPI começaram a ser reduzidas pelo governo durante a crise financeira de 2009, para preservar investimentos e empregos. Elas tiveram primeira elevação parcial em fevereiro deste ano, e havia a previsão de retornarem às alíquotas originais na segunda-feira passada. No entanto, o governo decidiu elevar em parte as taxas, adiando a recomposição integral em mais três meses
Veículo: Diário do Comércio - MG