Análise encomendada por entidade de diretos do consumidor aponta que produtos são seguros para saúde
Seis amostras, entretanto, tiveram níveis de gordura e sódio diferentes dos informados no rótulo
Nenhuma das 17 amostras de queijo minas frescal avaliadas em análise encomendada pela ProTeste foi reprovada no quesito higiene.
A qualidade do rótulo também obteve aprovação unânime: todos os fabricantes apresentaram, de maneira clara, dados obrigatórios de acordo com a lei. Entre eles, prazo de validade, informação sobre a presença de glúten e elementos nutricionais.
No laboratório, foi feita, porém, análise para checar se os níveis de gordura e sódio correspondiam àqueles informados no rótulo.
Seis queijos apresentaram irregularidades. O Pelissari, por exemplo, tinha mais gordura do que o anunciado. O Joanópolis informou ter mais sódio e gordura do que realmente tem. O mesmo aconteceu com o teor de gordura do Argenzio e de sódio do Almeida, Balkis e Ipanema.
"Não há impacto negativo na saúde, pois não encontramos substâncias nocivas", diz Manuela Dias, nutricionista e técnica da ProTeste.
No entanto, Manuela ressalta que o teste encontrou diferenças maiores que 20% (valor previsto em lei) entre a quantidade de nutriente analisado e a informação estampada no rótulo de três marcas. São elas: Joanópolis, Pelissari e Argenzio.
Os resultados da análise, portanto, serão encaminhados pela ProTeste para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Segundo a associação, pelo Código de Defesa do Consumidor, as informações da rotulagem têm de ser precisas.
OUTRO LADO
O sócio da Pelissari, André Marcos da Costa, declarou à Folha que o problema será corrigido. Ele atribui a diferença à troca de fornecedor e afirma que aguarda o resultado de testes próprios.
A Argenzio nega que esteja fora do que a norma estabelece. "Estamos de acordo com as variações de composição nutricional de gordura segundo a legislação", diz Kassandra Carvalho, engenheira de alimentos da marca.
A reportagem acionou o telefone de contato da Joanópolis e foi informada que a empresa fechou.
ÀS CEGAS
A opinião do consumidor também foi consultada na análise encomendada pela ProTeste. Quatá e Pelissari destacaram-se pelo sabor; Boa Nata e Sol Brilhante, pela textura.
À convite da Folha, o especialista Fernando Henrique Soares, que viaja o país em busca de laticínios para sua A Queijaria, loja na Vila Madalena, avaliou sensorialmente algumas marcas que participaram da análise.
Foram testadas, às cegas, somente oito das 17 marcas --as únicas encontradas em seis supermercados de São Paulo no dia 24 de junho.
QUEIJO MAGRO?
Segundo tabela da Unicamp, o minas frescal tem 264 calorias por porção de 100 gramas --ou seja, menos do que os queijos mozarela (330 calorias) e prato (360 calorias).
O ideal para quem procura queijos magros é buscar opções como a ricota, que tem 140 calorias por porção de 100 gramas.
Veículo: Folha de S.Paulo