A manifestação dos caminhoneiros autônomos impediu também a entrega de aproximadamente 50% dos produtos comercializados pelos cerca de mil atacadistas espalhados por Minas Gerais. A estimativa é da Associação dos Atacadistas e Distribuidores do Estado de Minas Gerais (Ademig), que garante estar ocorrendo desabastecimento de uma série de mercadorias em algumas cidades mineiras.
"Já temos notícia que vários produtos começam a faltar no interior do Estado, principalmente perecíveis", afirma o presidente da entidade, Ronaldo Saraiva Magalhães. Ele explica que muitas empresas que tentaram entregar as encomendas acabaram aumentando o prejuízo, uma vez que os caminhões foram impedidos de chegar ao destino. Alguns decidiram retornar com a mercadoria, enquanto outros tiveram o azar de perder grande parte da carga, que estragou no percurso.
Mesmo diante das perdas, ele destaca que a associação não é contrária à manifestação dos caminhoneiros, que têm como principais reivindicações a redução de impostos incidentes sobre o diesel e do valor do pedágio para veículos de carga, além da aprovação, pelo Congresso, do projeto de lei que aprimora a Lei do Motorista. "Acredito que, caso o governo atenda a essas reivindicações, poderemos vender mercadorias a preços mais baixos e aumentar a comercialização", afirma.
Já o presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, não confirma dificuldades de abastecimento neste segmento. Ele explica que os supermercadistas fizeram estoques para atender uma demanda por um período mais longo. "Temos produtos para atender bem os clientes por mais dez dias pelo menos", afirma. No caso dos perecíveis, ele explica que estão sendo utilizadas rotas alternativas, com passagem por estradas vicinais.
Porém, a distribuição de combustíveis não está seguindo a mesma rota. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Minaspetro), Paulo Miranda, explica que, desde segunda-feira, o segmento começou a sentir os impactos do bloqueio das rodovias. A situação é mais grave no interior do Estado.
Veículo: Diário do Comércio - MG