Fábrica Carlos Renaux busca recursos para saldar dívidas e evitar encerramento das atividades
A Fábrica de Tecidos Carlos Renaux estuda a possibilidade de encaminhar pedido de falência à Justiça. A empresa, que tem 121 anos de existência, está desde 2011 em processo de recuperação judicial.
De acordo com o administrador judicial da têxtil, Gilson Amilton Sgrott, ainda são necessárias algumas medidas para definição dos próximos rumos da centenária.
– Há perspectiva de autofalência, mas nada oficial foi encaminhado à Justiça. Verificamos que as dificuldades são muito grandes. É só uma questão de fazerem o pedido – alega.
O administrador detalha que os salários dos funcionários e a conta de energia elétrica estão atrasadas há cerca de dois meses. O interventor judicial ainda esclarece que para ser concretizado, o pedido de falência precisa de aprovação do Conselho de Administração da empresa e, em caso positivo, a decisão ainda precisa ser comunicada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em 2011, quando a fábrica solicitou a recuperação judicial, tinha cerca de R$ 100 milhões em dívidas, sem contar as pendências fiscais, segundo Sgrott. De acordo com ele, a fábrica está com a maior parte da produção parada há cerca de 20 dias.
Em 2011, a empresa tinha 700 colaboradores. Atualmente, são cerca de 280 funcionários segundo Anibal Boettger, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação, Malharia, Tinturaria, Tecelagem e Assemelhados de Brusque (Sintrafite). Boettger confirma que a diretoria da Tecidos Carlos Renaux agendou assembleia com os funcionários para esclarecer os fatos na próxima quarta-feira, às 16h, na sede do Sintrafite.
– Havia rumores disso. Mas conversei com Rolf Bueckmann (administrador da empresa) e ele garantiu que está em busca de recursos para retomar o funcionamento da Fábrica de Tecidos Renaux – revela Boettger.
Sindicato acredita em realocação de funcionários
O presidente do Sintrafite acredita que, em caso de encerramento definitivo, os funcionários não teriam dificuldades de se recolocar no mercado de trabalho, que precisa de mão de obra na indústria. O administrador da empresa, Rolf Dieter Bueckmann, foi contatado, mas preferiu não dar detalhes sobre a situação da empresa.
GILSON AMILTON SGROTT
Administrador judicial da empresa
Há perspectiva de autofalência, mas nada oficial foi encaminhado à Justiça. Verificamos que as dificuldades são muito grandes.
ANIBAL BOETTGER
Presidente do Sintrafite
Havia rumores disso (do pedido de falência). Mas conversei com Rolf Bueckmann (administrador da empresa) e ele garantiu que está em busca de recursos.
Veículo: Diário Catarinense