Mercado reverte seqüência de quedas .
As cotações internacionais do açúcar chegaram a tocar no princípio de junho no ponto mais baixo de quase três anos, antes de iniciarem uma reação e finalmente interromperem uma seqüência de perdas que se prolongava há vários meses. No dia 3, então com perdas acumuladas de mais de 15% desde o início do ano, os contratos com entrega em julho da Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tocaram em 16,43 centavos de dólar por libra-peso, pior valor de fechamento de 35 meses, pressionados por liquidação de posições compradas diante das expectativas em relação ao crescimento da oferta mundial.
Mas, a partir de então, o mercado passou a receber sustentação do maior direcionamento de cana-de-açúcar, que tem sido dado para o etanol nesses primeiros meses da safra 2013/14 do Centro-Sul do Brasil. O efeito prático dessa estratégia é que a produção de açúcar no final da temporada pode ser menor do que se espera agora.
Estimativa da Archer Consulting para a safra 2013/2014 aponta que 45,6% da cana será direcionada para o açúcar e 54,4% para o etanol no centro-sul. Cada ponto percentual na redução do mix pró-etanol reduz a produção de açúcar em aproximadamente 800 mil toneladas. Segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), na safra 2012/13, o etanol ficou com 50,46% da cana produzida, e o açúcar com 49,54%.
De acordo com análise de Safras & Mercado, as cotações futuras do açúcar bruto da ICE Futures aumentaram 0,6% no sexto mês do ano, na comparação com maio, desconsiderando a sessão do dia 28. Os contratos com entrega em outubro/2013 (os mais líqüidos do momento) encerraram a sessão do dia 27, a 17,01 centavos de dólar por libra-peso, ante os 16,90 cents/libra na sessão do dia 31 de maio.
O banco Societe Generale avalia que os eventuais atrasos para a colheita e para a moagem da cana-de-açúcar na principal região produtora do Brasil também podem dar suporte para uma manutenção da recuperação nas cotações futuras do açúcar bruto. O banco aponta que a cotação média em Nova York será de 18 centavos de dólar por libra-peso no terceiro trimestre do ano, e de 19 centavos no quarto.
Veículo: Diário do Comércio - MG