Preço do leite volta a subir em Minas

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Alta se deve ao período de entressafra, menor oferta no mercado internacional e à demanda firme.

Os preços pagos pelo litro de leite em junho, referentes à produção entregue em maio, voltaram a apresentar alta em Minas Gerais. A queda na captação, devido ao período de entressafra, a menor oferta no mercado internacional e a demanda firme foram os principais fatores que contribuíram para o incremento das cotações. A tendência é de novos reajustes ao longo de julho.

De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), somente em Minas Gerais foi registrada elevação de 3,05% no valor líqüido, que foi a R$ 0,924 o litro, e de 3,13% no preço bruto, de R$ 1,038. A captação no Estado, que é o maior produtor nacional, recuou 4,1% no período.

Na média ponderada entre as principais regiões produtoras de leite do país, o valor bruto do leite pago ao produtor atingiu R$ 1,017 o litro. A média é ponderada pelo volume captado em maio nos estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Bahia.

Segundo pesquisadores do Cepea, o reajuste em relação ao mês anterior foi de 3,3%, ou de R$ 0,33 por litro. Na comparação com junho de 2012, o acréscimo foi expressivo, alcançando 11,7% em termos reais (descontando-se a inflação do período). O preço líqüido recebido pelo produtor chegou a R$ 0,942 por litro em junho, aumento de 3,6% frente ao mês anterior.

A justificativa para a valorização do leite é a oferta restrita do produto no campo. Nem mesmo a chegada da safra no Sul do país fez com que o quadro se alterasse. Isto ocorreu devido ao fato de que a produção nessa região não atingiu o volume esperado, avançando somente 0,72% em relação a abril, de acordo com o Índice de Captação de Leite do Cepea (Icap-Leite). Considerando-se todos os estados pesquisados, a captação recuou 1,22%. Em Minas Gerais foi registrada a maior diminuição no volume, com queda de 4,1%.

Outro ponto que tem contribuído para a sustentação da alta nos valores do leite brasileiro é o desempenho do mercado externo. Com a alta do dólar, as condições para importação estão desfavoráveis. Além disso, a menor oferta mundial de leite em pó tem impulsionado os preços internacionais. Segundo pesquisadores do Cepea, a baixa disponibilidade de leite, aliada à demanda firme por parte dos consumidores, provoca grande disputa pela matéria-prima entre as indústrias, com reflexos sobre os preços aos produtores e dos derivados lácteos.

Para julho, a expectativa dos representantes de laticínios e cooperativas continua sendo de alta nos preços. Cerca de 68,4% dos compradores ouvidos pelo Cepea, que representam 73,9% do leite amostrado, acreditam que haverá novo aumento de preços em julho e 28,6%, que representam 18,5% do volume captado, apostam na estabilidade. Somente 3,1% dos entrevistados acreditam em queda.


Regiões - Em junho, o produtor mineiro da Zona da Mata recebeu cerca de 4,67% a mais pelo litro de leite em valores líqüidos e 4,46% no preço bruto. O produto foi negociado em média, preço líqüido, a R$ 0,962 por litro. O máximo recebido alcançou R$ 1,019 e o mínimo, R$ 0,869.

No Triângulo e Alto Paranaíba, o reajuste no preço líqüido foi de 3,6% e o bruto, de 4,07%. O preço máximo alcançado nas regiões foi de R$ 1,066, o mínimo, de R$ 0,905 e o médio, de R$ 1,01.

Alta também foi registrada na cotação do leite produzido na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O reajuste no preço líqüido chegou a 4,67% e no valor bruto, a 4,46%. A média praticada em junho ficou em R$ 0,92 por litro. O preço máximo encerrou o período a R$ 0,987 e o mínimo, a R$ 0,869.

No Sul e Sudoeste de Minas, a média chegou a R$ 0,921, incremento de 2,32% sobre os valores praticados em maio. No Vale do Rio Doce, o preço médio ficou em R$ 1,00, o que representou avanço de 2,76% sobre o valor recebido em maio.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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