Muitos lojistas tiveram que fechar as portas em dias de manifestações; valor divulgado refere-se a mês de junho
Rio. A recente série de manifestações pelo país resultou em uma perda de ao menos R$ 38,6 milhões para o varejo em junho, segundo estimativa preliminar feita pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
O segmento de combustíveis e lubrificantes foi o mais afetado, com perdas de R$ 13,2 milhões; vestuário e calçado perdeu R$ 8,8 milhões FOTO: WALESKA SANTIAGO
As perdas mais significativas ocorreram em três segmentos: combustíveis e lubrificantes (R$ 13,2 milhões), vestuário e calçados (R$ 8,8 milhões) e móveis e eletrodomésticos (R$ 8,4 milhões). Os demais segmentos apresentaram um impacto agregado de R$ 8,2 milhões. Muitos lojistas tiveram que fechar as portas durante os protestos.
Para o cálculo, a entidade considerou a queda em junho de 1,6% do IAC (Índice de Atividade do Varejo), elaborado pela Serasa Experian, além de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A perda total do setor no período é estimada em R$ 1,6 bilhão. No entanto, apenas 2,4% do montante é atribuído às manifestações, de acordo com a CNC. "Outros fatores conjunturais, como o comportamento dos preços no comércio, do crédito ao consumidor, o comportamento do mercado de trabalho, além da própria desaceleração do varejo nos últimos meses, ajudam a explicar a maior parte da queda na atividade comercial em junho", dizem os economistas da entidade.
Na Capital cearense, o presidente da CDL Fortaleza, Freitas Cordeiro, informou ao Diário do Nordeste, ainda em junho, logo após o último jogo da Copa das Confederações na cidade, que as manifestações pouco prejudicaram o comércio local, mas que, por contas dos feriados decretados nos dias das partidas, a perda foi de cerca de 10% do faturamento das lojas. Em razão disso, o empresário prometeu que continuará somando esforços para que, em 2014, o comércio não seja obrigado a fechar.
Impacto na Inflação
Na última sexta-feira (5), o IBGE informou que as manifestações também tiveram impacto no preço dos alimentos no mês passado. A inflação dos alimentos, que tem grande peso no orçamento das famílias, subiu com menos força: alta de 0,04% em junho, ante 0,31% em maio.
O varejo ficou com um estoque maior de alimentos no mês passado e com menos espaço para aumentos de preços, disse na ocasião Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índices de preços do IBGE.
Veículo: Diário do Nordeste