São as culturas de inverno que dominam a paisagem do campo gaúcho neste momento, com o potencial de trazer bons resultados ao produtor, como mostram os dados divulgados ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nem por isso, porém, a safra de verão saiu do horizonte.
Já tem gente negociando o grão do ciclo 2013/2014, que só começa a ser plantado, no Estado, a partir de outubro. No país, fala-se em 20% da produção já negociada. O cenário atual, com a valorização do dólar sobre o real, porém, tem favorecido preços para quem ainda dispõe de mercadoria da última safra.
– O grão no armazém está valendo mais do que aquele ainda não plantado – afirma o consultor João Carlos Kopp.
Isso ocorre porque os contratos usados como referência na negociação da safra já colhida têm registrado valores superiores aos de referência para a venda da safra nova. Ontem, os contratos com vencimento de novembro de 2013 a maio de 2014 acumularam alta que ajudou a compensar perdas nas últimas semanas na Bolsa de Chicago, indicador de tendência dos preços da commodity no mundo.
É preciso ficar atento, contudo, ao fato de que assim como a soja brasileira ganha na valorização da moeda dos EUA, o insumo também embute essa alta. Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja-RS), Ireneu Orth, as vendas antecipadas ainda são modestas por aqui, porque o plantio “está meio distante”.
Mais conservador do que em outros partes do país, o agricultor gaúcho se resguarda na hora de negociar o grão que ainda não produziu. Costuma financiar a safra por meio de bancos e vender via cooperativas.
Uma boa recomendação vinda de especialistas para interessados na venda antecipada é ter custos bem definidos e, a partir disso, usar a cautela como conselheira.
Veículo: Zero Hora - RS