Alternativa para empresários escoarem mercadorias de coleções passadas, negócio também pode ser vantajoso para os consumidores

Acostumado a viajar e a fazer compras no exterior, o brasiliense compara os valores dos produtos que encontra lá fora com os vendidos no Brasil e, por isso, cada vez mais procura por promoções no comércio. Os lojistas estão atentos ao fenômeno e buscam formas de lidar com a concorrência sem ter prejuízo. Além de antecipar a temporada de liquidações, muitos empresários decidiram apostar em lojas onde queimam o estoque e, consequentemente, colocam as mercadorias em oferta. São as lojas inspiradas no conceito de outlet americano, em que é possível encontrar preços até 70% mais baixos.

Normalmente, funcionam em estabelecimentos afastados da cidade, mas é possível encontrar lojas no Plano Piloto e em outras regiões administrativas que adotaram o conceito. Pelo menos seis conceituadas marcas varejistas de sapatos, artigos esportivos e moda feminina destinam uma unidade da rede no DF para vender com descontos. Apesar do otimismo dos empresários e da boa receptividade dos consumidores, os outlets brasilienses ainda estão longe de oferecer as vantagens e descontos vistos em outros países.

Se a queima de estoque é boa para o comerciante, é ainda melhor para o consumidor. A advogada Caroline Vasconcelos, 26 anos, conheceu o outlet de calçados femininos há duas semanas, quando procurava um sapato para uma festa. Pagou R$ 100, a metade do preço, e já voltou na loja outras duas vezes. Na última delas, levou a tia, Auridete Castro Lopes da Silva, 46 anos, e a prima, Karoliny Marques, 26 anos, moradoras de Teresina. “Elas chegaram, viram as promoções nos shoppings e quiseram sair às compras. Decidi trazê-las aqui porque acho que vale muito a pena”, contou. A tia não comprou nada, mas Karoliny levou um tênis e um sapato por R$ 189,90 — R$ 188 mais barato do que sairia na loja convencional.



Veículo: Diário de Pernambuco