Selo é de fundamental importância para que a fruta seja comercializada na Europa.
Os investimentos na melhoria da qualidade do limão tahiti e na adequação do processo produtivo fizeram com que oito produtores familiares da região do Jaíba, no Norte de Minas, conquistassem a certificação Global GAP. Trata-se de uma das mais rigorosas em relação às boas práticas de produção e fundamental para que a fruta seja comercializada na Europa.
Conforme o coordenador da Assistência Técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e superintendente do Instituto Antônio Ernesto de Salvo (Inaes), Pierre Santos Vilela, com a certificação os produtores poderão fornecer limão para as tradings que mantêm contratos com o continente europeu.
"A certificação é mais uma oportunidade para que pequenos produtores ampliem o mercado de atuação. Como a produção dos oito certificados é pequena as vendas não devem ser diretas, mas feitas através de grandes exportadoras que já possuem contratos com países europeus", ressalta Vilela.
A expectativa é iniciar os embarques ao longo do segundo semestre, período favorável para os produtores mineiros, já que nesse intervalo os preços pagos pelo limão são mais lucrativos. Isto acontece devido ao período de entressafra em São Paulo, maior produtor nacional da fruta.
De acordo com a Faemg, o projeto teve início em junho de 2012, com recursos do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), consultoria do Inaes/Faemg e apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).
Adequações - A princípio participaram do projeto 35 produtores, mas, devido aos baixos preços no mercado interno em 2012, a maior parte dos produtores inscritos abandonou a iniciativa por falta de recursos para fazer as adequações exigidas pelo certificado. Os produtores do grupo têm de cinco a 15 hectares de área, cabendo ao plantio de limão de um a cinco hectares.
Nessa etapa final, foram oito produtores avaliados, dos quais seis foram considerados imediatamente aptos e dois tiveram pequenas correções a fazer para obter o certificado. "Acreditamos que os produtores que ao longo do processo tiveram que desistir da certificação, voltem a investir nas melhorias para conseguirem se certificar. Como o selo Global GAP tem processo rigoroso de avaliação, o mesmo pode servir para abertura de outros mercados além do eurpeu", avalia Vilela.
Minas Gerais produziu 88 mil toneladas de limão no ano passado, em uma área de 4,2 mil hectares. A região Norte, onde está localizado o Projeto Jaíba, foi responsável pela produção de 60% da safra estadual, com 52 mil toneladas.
Em 2012, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), as exportações de limão feitas por Minas Gerais somaram 3 mil toneladas, que geraram receita de US$ 2,5 milhões. Somente no primeiro semestre deste ano, foram exportadas pelo Estado 1,74 mil toneladas, movimentando US$ 1,41 milhão, incremento de 17% na comparação com o mesmo período do ano passado. Atualmente, a região do Jaíba é responsável por 100% dos embarques mineiras da fruta.
Veículo: Diário do Comércio - MG