Tocantins lidera avanço da nova fronteira agrícola

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Na safra 2012/2013, o Tocantins liderou o avanço das áreas plantadas na Região Norte e entre os estados de Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia), considerada a nova fronteira agrícola do Brasil. De acordo com o último levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área com produção de grãos cresceu 11,3% com relação à safra anterior. Foram cultivados 825,6 mil hectares ante 741,7 mil hectares no período 2011/2012.

O avanço superou a média de crescimento da área agrícola nos últimos quatro anos do estado, de 9,3%, que já é maior que os demais estados de Matopiba (3,7%).

Foi esse aumento de área plantada que garantiu o aumento do volume total da produção de grãos em Tocantins, que chegou a 2,6 milhão de toneladas. Apesar da produtividade média do estado ser a maior de Matopiba, de 3,2 mil quilogramas por hectare, o crescimento da produtividade foi de apenas 0,3%, freada principalmente pela lagarta Helicoverpa.

Ainda assim, o estado conseguiu o segundo maior valor bruto de produção na Região Norte, de R$ 1,8 bilhão, atrás do Pará.

Investimentos

O nível de investimentos no Tocantins tem acelerado nos últimos dois anos. De acordo com dados do Banco Central, o valor dos investimentos agrícolas superaram as operações de custeio em 2011. Naquele ano, os investimentos avançaram 23% e somaram R$ 574 milhões. No ano passado, os investimentos dos produtores rurais aceleraram 71,7% e totalizaram R$ 986 milhões.

Entre os atrativos para o investimento do agronegócio no estado o secretário-executivo cita o baixo valor das terras e a abundância de vias de escoamento, tanto por rodovias como ferrovias. Dos 139 municípios do estado, 132 têm alguma ligação por asfalto, que levam à Estrada de Ferro Carajás e à Ferrovia Norte-Sul. As duas ferrovias levam ao Porto de Itaqui, em São Luís (MA), 80% da produção do estado que é destinada à exportação.

As isenções fiscais também têm atraído agroindústrias para dentro de Tocantins. Neste ano, a Granol iniciou estudos e aguarda a licença ambiental para instalar a primeira planta de esmagamento de soja no estado. A fábrica, em Aguiarnópolis, na divisa com o Maranhão, custará R$ 60 milhões e, assim que finalizada, pretende faturar R$ 300 milhões por ano esmagando 2 mil toneladas do grão por dia. A partir do início das operações, previsto para 2015, o complexo de Tocantins da Granol já operará com benefícios, como a redução de impostos de importação para equipamentos.

O estado já recebeu neste ano outro grande investimento na área do agronegócio. Há um mês, foi inaugurado em Silvanópolis, próximo a Porto Nacional, o maior armazém do estado, capaz de guardar até 60 mil toneladas de milho e soja. A estrutura, da Fiagril, custou R$ 16 milhões.

O investimento vem em boa hora, já que a produção de grãos do estado cresceu 11,7% na comparação com a safra passada e alcançou 2,6 milhão de toneladas, enquanto os armazéns instalados no estado até então só tinham capacidade de reservar 1,2 milhão de toneladas. Com a nova estrutura da Fiagril, a capacidade estática de armazenamento no estado passará de 45,2% da produção para 47,5%, considerando o volume colhido no período 2012/2013.

Porém, se o agronegócio gerou bons resultados econômicos ao Tocantins, o estado viu aumentar em 74% sua área desmatada. De acordo com relatório divulgado ontem pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), entre agosto de 2012 e junho deste ano, foram desmatados 2,4 mil hectares, ante 1,4 mil no período anterior. O secretário-executivo da pasta de Agricultura do estado, Ruiter Pádua, diz que a atividade agrícola tem avançado principalmente sobre pastagens degradadas, enquanto o aumento das atividades, com eucalipto e seringueiras, "podem ter sido responsáveis pela supressão de cobertura florestal" registrada no último ano.


Veículo: DCI


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