Uma comitiva formada por representantes dos três setores produtivos (indústria, comércio e serviços e agricultura) dos nove estados nordestinos visitará na primeira quinzena de setembro as obras estruturantes da Região. O objetivo da missão é acompanhar de perto o andamento de projetos vitais ao desenvolvimento do Nordeste, como a Transnordestina, de modo a cobrar ao governo federal o cumprimento dos prazos.
Ontem, foi realizada mesa-redonda na Federação das Indústrias da Paraíba, da qual participou a presidente do CIC, Nicolle Barbosa Foto: Divulgação
A nova pauta, que compõe a agenda do movimento Integra Brasil - Fórum do Nordeste no Brasil e no Mundo, foi proposta pela presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC), Nicolle Barbosa, no encerramento da mesa redonda realizada ontem na Federação das Indústrias da Paraíba (Fiepa), em Campina Grande. Para ela, "O Integra sai da Paraíba ainda mais forte".
Presidida pelo presidente da Fiepa, Francisco de Assis Benevides Gadelha, a mesa contou com a participação do vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia e do economista e consultor do CIC, Cláudio Ferreira Lima, além da titular do CIC e líder do Integra, que tem como meta principal fazer com que o Nordeste passe dos atuais 48,6% para 70% do Produto Interno Bruto (PIB) per capita nacional no prazo de até 20 anos, reduzindo com isso as diferenças regionais.
Agenda comum
"Como bem lembrou o presidente Gadelha, nos tempos do conselho deliberativo da Sudene havia uma agenda comum aos governadores. Então, ali se formava a vontade política do Nordeste, que era respeitada. Mas isso se esvaziou e perdemos a nossa força. Então o que estamos propondo nessa mesa redonda é criar uma agenda comum para unir novamente essa força política", defende Nicolle Barbosa, que atribui os atrasos nas obras à falta de uma agenda unificada para todo o Nordeste.
"A Transnordestina e a transposição do São Francisco são exemplos de obras que mudariam o perfil da Região, mas que se arrastam há anos a passos de cágado", acrescenta.
O vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia, declarou seu apoio ao movimento. "Vejo com bons olhos esse movimento. Precisamos urgentemente da transposição do São Francisco. A Paraíba vive hoje uma seca verde. E não estamos sequer incluídos na Transnordestina. A partir de movimentos como o Integra é que surgem avanços rumo ao desenvolvimento", diz.
Para Francisco Gadelha, presidente da Fiepa, para acabar com as diferenças entre não será necessário retirar recursos de outros estados que hoje recebem mais, mas "nivelar por cima", ampliando o repasse para que todos recebam muito mais. "Precisamos melhorar essa integração e minorar essas desigualdades regionais", explica.
"Ponto de equilíbrio"
O relator do documento que reúne todas as propostas apresentadas pelos representantes dos estados nordestinos presentes ao encontro, em Campina Grande, secretário de planejamento da Paraíba, Gustavo Nogueira, afirma que "encontrar o ponto de equilíbrio entre os entes federados é o grande desafio do Nordeste" - o que, segundo ele, deve ser encarado como "motivação".
Ações sugeridas
Dentre proposições, o relatório inclui a adequações de rodovias federais responsáveis pela integração intrarregional (BRs 122 e 407) e também nacional (BR 116), a integração dos modais de transporte, a criação de estímulos à instalação distritos industriais e portos secos e a promoção da interligação portos, investimentos em telecomunicações e redes para a Região.
Próximo encontro
O próximo encontro será no dia 26 de julho no auditório do BNDES, em Recife, Pernambuco. O 4º workshop do Integra Brasil contará com a presença do presidente do Banco do Nordeste e será encerrado com palestra do presidente do BNDES, Luciano Coutinho. A coordenação do evento será da economista Tânia Bacelar.
Veículo: Diário do Nordesde