Mercado de bebidas e alimentos kosher vai movimentar US$ 17 bilhões neste ano

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Uma disputa para controlar a palavra “kosher” em endereços de internet está colocandogrupos judaicos uns contra outros para determinar se um alimento prepara- do sobos preceitosdareligião de- ve ter um novo mercado online.

O órgão organizador da internet, a Icann, tem uma reunião agendada nesta semana em Durban, na África do Sul, para começar uma grande expansão de no- mesde domínios,oque poderia incluir um veredicto sobre quem tem direito de operareusar a licença de “kosher” como sufixo para sites,da mesma forma que são usados os sufixos “.com” e “.net”.

Cinco organizações se aliaram para se opor ao único candidato a obter os direitos sobre o domínio “kosher” — a Kosher Marketing Assets —, pois afirmam que ela pretende lucrar com uma tradição sagrada, que não deveria ser comercializada em excesso.

“Acreditamos que se o termo ‘kosher’, que possui um significado importante para a religião judaica, for comercializado, dará má impressão sobre como a religião deve ser tratada e prejudicará o público kosher em particular”, disse Harvey Blitz, presidente da Comissão Kashruth da União de Congregações Judias Ortodoxas dos EUA, um dos cinco grupos. A organização, com sede em Nova York, supervisiona a OU Kosher, a maior agência de certificação do mundo.

“O controle exclusivo do nome do domínio poderia outorgar ao dono poder de decisão sobre a cadeia de suprimentos kosher”,disse Larry Finkel,diretor de pesquisa alimentar da Packaged Facts.

A batalha pelo kosher Em janeirode 2012, a Icann começou a aceitar candidaturas para que nomes genéricos tenham seus domínios de alto nível - chamados gTLDs. Em novembro, a unidade OK Kosher, da Kosher Marketing Assets, apresentou um pedido para o nome “.kosher”, comamissão de “promover a certificação de comida kosher em geral e a Certificação da OK e de seus clientes em particular”.

Embora só os clientes que superam testes de certificação “rigorosos” obtenham permissão para utilizar gTLDs, a OK Kosher disse em sua candidatura que es- perava obter mais de 600 licenças para seu terceiro ano de operação. A OK Kosher supervisiona produtos como o cereal Fruity Pebbles e o café Maxwell House.

A Blitz, da União Ortodoxa, que fornece certificação a produ- tos como as misturas para bolo da Duncan Hines e o atum Star Kist, afirmou que o grupo não recebeu notificação préviado pedido da OK Kosher e que tentou a bloqueá-la assim que soube. Embora seja verdade que a organização cobra uma taxa pela certificação, “pretendemos disponibilizar a comida kosher” e não visamos fins comerciais, disse Blitz.

A reunião entre os dois lados não chegou a um acordo

A disputa marca uma ruptura na cooperação antiga.Os ingredientes de uma comida, por exemplo, podem ser certificados por uma das organizações e depois combinados num único produto certificado por apenas uma delas.

Os cinco grupos apresentaram uma objeção formal na Icann e lançaram umapeloà nova secretária de comércio americana, Penny Pritzker. As duas partes contrataram advogados de Washington. Todos afirmam que ainda têm esperança de que a disputa possa ser resolvida em bons termos. “Queremos fazer tudo isso discretamente”, disse Avrom Pollak, o rabino presidente da Star-K. “Não temos interesse em transformar isto num a batalha”.

Dentre os produtos certificados kosher estão cereais como os Rice Krispies da Kellogg Co. e comidas judaicas tradicionais como o pão ázimo. Estima-se que o ta- manho do mercado de alimentos kosher chegará a US$ 17 bilhões neste ano, segundo a pesquisadora Packaged Facts.


Veículo: Brasil Econômico





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