Produção de maçã do Sul terá controle de uso de defensivos

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Os produtores de maçã do Sul do País terão à disposição, na próxima safra, uma tecnologia importada da Europa para otimizar o uso de fungicidas e de reguladores de crescimento que quebram a dormência das árvores para iniciar a florada. Vinte estações meteorológicas serão instaladas em regiões produtoras de Santa Catarina (SC), maior estado produtor da fruta no País, no Rio Grande do Sul (RS) e no Paraná (PR), e os dados serão disponibilizados gratuitamente aos produtores.

As estações serão instaladas e monitoradas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) em parceria com a multinacional Basf, que firmaram um convênio por dois anos durante o Enfrute 2013, que ocorre até amanhã em Fraiburgo (SC).

As unidades funcionarão de forma integrada e cada uma fará o levantamento do período de tempo que cada região ficou exposta a temperaturas menores que 7,2º. "A vantagem é que, com acesso à informação de clima em tempo real, o produtor pode decidir o momento correto de aplicação do produto para controle de doenças e do momento adequado para usar reguladores de crescimento para quebrar a dormência em macieiras", explicou ao DCI o gerente de marketing de cultivos hortifruti da Basf, Eduardo Eugênio.

A tecnologia de medição da quantidade de frio foi desenvolvida para o clima temperado da Europa e adaptada pela Epagri para o clima do Brasil.

Os produtores brasileiros costumam aplicar produtos para quebrar a dormência das árvores no mês de agosto, mas Eugênio destaca que pode causar diferença de produtividade se a aplicação for feita no início ou no fim do mês. "Queremos dar uma data exata para a qual a planta está apta", afirma o gerente da Basf.

O monitoramento do tempo também pode influenciar nos custos, já que permite otimizar as aplicações de defensivos.

Nas lavouras paranaenses, o controle fitossanitário equivale de 20% a 25% do custo de produção de um pomar, segundo Paulo Cosmo, produtor e diretor da Associação dos Fruticultores do Paraná (Frutipar). De cada R$ 1 que ele vende o quilograma de maçã, até R$ 0,15 é utilizado com aplicação de defensivos.

Eugênio afirmou que a redução do gasto com fungicidas a partir do monitoramento climático varia de região para região e de acordo com o nível de tecnificação do produtor. Mas ele destacou que o controle favorece o uso da quantidade adequada dos produtos contra doenças diretamente influenciadas pela umidade e o clima, como o a sarna da macieira e a mancha gala, típicas de pomares de maçã.

O produtor Aurélio Dalaio Neto, presidente da Dalaio Agropastoril, com sede em Vacaria (RS), estima que as doenças fúngicas comprometam 10% de sua produção, mesmo com a aplicação de defensivos. Na safra passada, a empresa colheu 5 mil toneladas, mas ele acredita que a produção poderia ter sido maior se não fosse a ocorrência de doenças.

Na última safra, a produção de maçãs do País ultrapassou 1 milhão de toneladas. Santa Catarina foi responsável por 546 mil toneladas, seguida do Rio Grande do Sul, com 455,8 mil toneladas, e do Paraná, com 47 mil toneladas, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM).

A safra 2013/2014 pode se beneficiar com a onda de frio que atinge a Região Sul, mas produtores como Paulo Cosmo, da Frutipar, afirmam que o prolongamento desse clima pode prejudicar o início da quebra de dormência das árvores.



Veículo: DCI


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