Faturamento de genéricos cresce 23% no 1º semestre

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As vendas de medicamentos genéricos atingiram 373,2 milhões de unidades de janeiro a junho deste ano, aumento de 16% sobre o mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró-Genéricos). Em receita, a elevação foi de 23,5%, para R$ 6,3 bilhões no primeiro semestre.

O mercado total de medicamentos, incluindo os produtos de referência (com patente), genéricos e similares, cresceu 11% em volume de vendas, com 1,4 milhão de unidades, e totalizou R$ 27,3 bilhões, alta de 16%. Com peso importante para os resultados totais da indústria farmacêutica, sem os genéricos o setor não teria apresentado expansão acima de dois dígitos. Excluindo esses medicamentos, o crescimento ficaria em 9%.

Com os dados acumulados até junho, o segmento de genéricos ficou com 27,2% de participação. A meta é atingir 30% de fatia ainda no primeiro semestre de 2014. As indústrias fizeram uma revisão de resultados, uma vez que a projeção inicial era atingir 30% até o fim de 2013. A desaceleração da economia brasileira reduziu o ritmo de vendas de medicamentos, o que levou parte das indústrias a rever suas projeções de crescimento. "Perseguimos essa marca desde 2011. Embora o ritmo de crescimento do setor tenha diminuído, temos ocupado nosso espaço de forma consistente no varejo farmacêutico, atingindo participação equivalente a de países em que os genéricos já existem há muito mais tempo que no Brasil", afirmou Telma Salles, presidente-executiva da entidade.

A Pró-Genéricos prevê que a participação desses medicamentos alcance de 35% a 40% nas vendas totais do mercado brasileiro até 2020. Essas projeções incluem os similares, que a partir do segundo semestre de 2014 terão de passar pelos mesmos testes de bioequivalência e biodisponibilidade farmacêutica que os genéricos.

Desde que surgiram no mercado brasileiro, em 2001, os genéricos geraram economia de R$ 28 bilhões aos consumidores brasileiros. Com preços em média 50% mais baratos que os medicamentos de referência, os genéricos também funcionam como reguladores de preços e demanda.

Segundo Telma, muitas empresas do setor mudaram sua política comercial como forma de não perder mercado. "Estamos mais otimistas [em relação a 2013]. Houve um amadurecimento do setor e do próprio consumidor, que olha os genéricos como opção ao remédio de referência", disse. Para a Pró-Genéricos, o setor deverá encerrar 2013 com crescimento de 20% em volume e 25% em receita.

Com a redução do ritmo de vendas, muitas companhias reduziram os descontos sobre os medicamentos, como forma de não perder margem.

Os medicamentos de uso crônico continuam com vendas firmes no setor. Os genéricos para tratar hipertensão, controle do colesterol e diabetes estão entre os mais vendidos. "Os genéricos tem contribuído para ampliação do acesso", disse Telma.

A disputa no mercado de genéricos está cada vez mais acirrada. A Medley, controlada pelo grupo francês Sanofi, e a nacional EMS, com sede em Hortolândia (SP), brigam por cada ponto percentual desse mercado. Nesta semana, conforme informou o Valor, o presidente da Sanofi, Heraldo Marchezini, deixou o comando da companhia no Brasil e América Latina por conta do baixo desempenho da Medley nesse segmento.



Veículo: Valor Econômico


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