Dois dos principais produtos do agronegócio de Minas Gerais são destaque na quinta edição da revista.
O café e o leite, importantes valores econômicos e simbólicos de Minas Gerais, são os principais temas da quinta edição da revista DC Análise, que circula hoje para assinantes e formadores de opinião do Estado e do país. A escolha da matéria é justificada. Enquanto o café é o segundo produto em exportações do Estado, atrás apenas do minério de ferro, o leite garante a Minas o título de maior produtor nacional e o sexto em âmbito mundial. Duas produções fortes, geradoras de emprego e renda, que podem crescer ainda mais. O desafio é aumentar sua competitividade dentro e fora do país.
A importância do café para Minas Gerais vai muito além do velho hábito de receber amigos. Segundo informa a DC Análise, o Estado é responsável por mais da metade do que é produzido em todo o país. Em 2012, quando o Brasil alcançou a sua maior colheita em 300 anos, com 50,4 milhões de sacas, Minas respondeu por 26,6 milhões de sacas, o equivalente a 52% do total. A produção mineira de café no ano passado rendeu R$ 11,4 bilhões, o equivalente a 8,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio do Estado.
, portanto, o principal produto do agronegócio e o segundo na pauta total de Minas, ficando atrás apenas de outra commodity, o minério de ferro. A extensão geográfica dá a dimensão de sua importância social e econômica. O café é cultivado em nada menos que 607 dos seus 853 municípios, sendo a principal atividade em 340 deles. A área plantada em Minas Gerais corresponde a nada menos do que 1,1 milhão de hectares, sendo as principais regiões produtoras as do Sul e o Sudoeste, seguidos pela Zona da Mata, Triângulo e Oeste. Pelo menos 4 milhões de mineiros dependem, direta e indiretamente, da cafeicultura para o seu sustento.
Apesar da grandeza dos números socioeconômicos, nem todo vento sopra a favor para a cafeicultura mineira. Entre as maiores dificuldades, os produtores apontam para o preço mínimo da saca de café (cerca de 60 quilos), atualmente estipulada em R$ 307 pelo governo federal. Os produtores reclamam do valor defasado, mas a alegação é de que importantes mercados consumidores, como os da Europa e Estados Unidos, reduziram suas compras em virtude da crise.
Leite - A outra atividade que, pelo menos simbolicamente, complementa a do café em Minas Gerais, é a pecuária leiteira. Atualmente sai de Minas o equivalente a 8,5 bilhões de litros de leite ao ano, originados do maior rebanho bovino leiteiro do país. Esse volume, que representa nada menos que 28,3% do total produzido no Brasil. São 300 mil produtores no Estado e pelo menos 1,4 milhão de mineiros depende da pecuária leiteira para o seu sustento.
No entanto, conforme se observa no material publicado na revista DC Análise - Especial Café e Leite: Mistura Fina, a produção leiteira sofre algumas mazelas, como a dificuldade de comercialização com competitividade, falta de capacitação, baixa produtividade, práticas defasadas de manejo, além da concorrência de produtos importados, sobretudo da Argentina e do Uruguai.
Conforme relato do presidente da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, a perspectiva é de bons resultados nas duas produções, o que vai depender de apoio à modernização. A DC Análise apresenta reportagens especiais e trechos de um debate que contou com a participação de lideranças e especialistas.
Veículo: Diário do Comércio - MG