Ex-embaixador sugere estratégia mais agressiva no comércio com chineses

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O Brasil precisa adotar uma estratégia mais definida e de longo prazo para o comércio com a China e esse movimento precisa ser puxado pelo empresariado, e não pelo governo. A afirmação foi feita por Clodoaldo Hugueney, ex-embaixador do brasileiro na China, durante evento sobre os rumos do país asiático, realizado ontem em São Paulo.

"Temos que ter uma visão ofensiva mais clara. Uma parte disso o governo pode fazer, mas parte fundamental tem que ser feita pelo setor empresarial. A China está mudando e é preciso deixar a visão de que o país é um adversário no comércio exterior. O agronegócio, por exemplo, está começando a se juntar para criar mais valor agregado nas exportações os chineses", afirmou.

Segundo Hugueney, o olhar brasileiro para a China é excessivamente defensivo. A adoção de barreiras comerciais, apesar de importantes para alguns setores, não resolve o problema de competitividade da indústria e nem tira proveito do crescimento chinês.

"Não podemos descuidar da defesa comercial, mas ela não resolve a vida de ninguém. Hoje, ninguém no mundo adota barreiras tarifárias, pelo contrário. Os mecanismos precisam se sofisticar. A complementariedade entre as economias sustenta uma taxa elevada de exportações. Achar que exportar commodities e minérios é algo ruim é um erro tremendo. O problema é vender apenas esses produtos básicos", disse.

A classe média chinesa, que hoje é estimada em 400 milhões de pessoas, o dobro da população brasileira, vai aumentar o consumo de bens intermediários e sofisticados. O Brasil, segundo o ex-embaixador, precisa de uma aliança interna para traçar a estratégia futura entre governo, empresariado e academia.

"A relação hoje com a China tem que ser negocial e não simplesmente de defesa. Eles têm uma estratégia para o Brasil definida há muito tempo, de longo prazo. Temos que ter isso também para negociar", disse Hugueney.



Veículo: Valor Econômico


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