Uma pesquisa realizada pela entidade Profuturo, que avaliou 75 das 1.000 maiores empresas do Brasil, aponta que aquelas que investiram e inovaram em produtos e serviços com foco nas classes C e D conseguem suportar melhor e prosperar nos momentos difíceis. Além de atingir uma classe mais numerosa na base da pirâmide, atendem também aos consumidores de maior renda, que nos momentos de crise optam por produtos de preço mais acessível. Já as classes C e D continuam a comprar bens essenciais sem uma restrição tão forte.
De acordo com o professor James Wright, diretor da Fundação Instituto de Administração (FIA) e coordenador do Profuturo, "fica muito claro que o processo de distribuição de renda e o aumento real do salário mínimo contribuíram fortemente para esta maior estabilidade de consumo de bens populares", avalia.
Apesar da opção do Brasil em reforçar o consumo popular permite minimizar os efeitos mais imediatos da crise, para o docente, no entanto, é preciso alertar que, por outro lado, a carência de investimento em infraestrutura e educação limitam a perspectiva de competitividade na exportação e crescimento sustentável de longo prazo.
Para especialistas, os efeitos da crise em outros setores da economia podem ser diferentes, entre as que investem menos em inovação. No segmento de alimentos, o resultado negativo sobre a movimentação de vale-refeições e alimentação deve ser relativamente menor. Já o setor de autopeças vê consequências, sentindo fortemente o efeito da brusca freada na produção do setor automobilístico. No entanto, a diversificação dos clientes de outros setores industriais ameniza o impacto da crise.
Veículo: DCI