O setor agrícola voltou a cobrar do Ministério da Agricultura um Plano Safra plurianual, por pelo menos quatro anos, e não 12 meses, como é atualmente. Comgarantias de recursos para os próximos ciclos, produtores poderiam planejar o aumento da produção das safras seguintes. Obstáculospolíticosedeorçamento, porém, continuam a travar a demanda.
Presidente do Sistema Faesp/ Senar São Paulo, Fábio de Salles Meirelles defendeu no Fóruns Estadão Brasil Competitivo – “A Sustentabilidade do Agronegócio”, realizado ontem na sede do Grupo Estado, que essa política de quatro a cinco anos seja“baseada na garantia de renda dos produtores”. Hoje, o seguro agrícola é outro ponto de impasse na política do governo federal, pois cobre apenas as despesas com a safra, em caso de quebra da produção. A demanda é para garantir a renda do produtor, o que evitaria descapitalizar os agricultores.
A ponderação de que o Ministério da Agricultura não trabalha focado no longo prazo é reforçada por Antonio Buainain, professor de Economia Agrícola da Unicamp. Ele afirma que o governo tem políticas de longo prazo, mas elas não são aplicadas porque as mudanças no ministério são constantes.
O foco no curto prazo fica evidente no Plano Safra. Todos os anos, entre maio e junho, o ministério divulga os recursos para a agricultura empresarial e familiar no ciclo que se inicia em 1.º de julho e vai até 30 de junho do ano seguinte. Porém, associações que representam o setor produtivo enfatizam que a safra começa a ser planejada muito antes de julho, e o produtor acaba enfrentando dificuldades para a compra de insumos.
Veículo: O Estado de S. Paulo