Os preços futuros do café arábica atingiram ontem o nível mais baixo em quatro anos na Bolsa de Nova York, após uma onda de vendas desencadeada pela forte depreciação do real ante o dólar. O contrato com vencimento em setembro caiu 2,5% e fechou a 115,60 centavos de dólar por libra-peso. Um real mais fraco estimula os cafeicultores a vender a commodity e, como o Brasil é o maior produtor mundial, isso acaba influenciando as cotações internacionais. A melhora do clima nas regiões produtoras do Brasil também pesou sobre o mercado, após um período de temperaturas baixas no mês passado. Analistas dizem que a situação dos produtores é difícil no momento, com muitos compradores retraídos, esperando que os preços caiam ainda mais.
O enfraquecimento do real também derrubou os preços do açúcar bruto, já que o Brasil lidera a produção da commodity. O vencimento outubro cedeu 0,8%, a 16,83 centavos de dólar por libra-peso. Além do câmbio, o mercado foi influenciado pela expectativa de um enorme excedente global do produto, que deve atingir 10 milhões de toneladas na temporada 2012/13, que termina em setembro, segundo a Organização Internacional do Açúcar.
Na Bolsa de Chicago, a soja caiu 1,14% e o milho, 2,5%, em meio a previsões de clima favorável às lavouras em boa parte da região produtora dos EUA. Segundo analistas, a ausência de ameaças climáticas tem alimentado um sentimento baixista, levando muitos administradores de fundos a vender contratos futuros.
Veículo: O Estado de S. Paulo