Índice oficial de julho será divulgado hoje pelo IBGE mas, preços ainda sobem para a população
Motivo constante de preocupação do governo, a inflação pode ter dado uma trégua em julho. A maior oferta de alimentos e a redução na tarifa do transporte público devem empurrar o percentual para próximo de zero, segundo projeções de especialistas.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas a queda no custo da cesta básica em todas as capitais do país, divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), é considerado um indicativo de alívio no bolso.
Em Florianópolis, a cesta caiu 7,61%, única localidade a apresentar queda na variação acumulada entre janeiro e julho deste ano (-2,08%). O recuo, no entanto, não afastou dos consumidores a sensação de que os preços dos alimentos continuam altos.
Outros sinais de uma inflação mais tímida são o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que em julho ficou em 0,14%, e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que teve deflação de 0,17% no mês.
Se confirmada a projeção do IPCA, o bom resultado pode fazer a inflação em 12 meses voltar para dentro da meta de até 6,5% estabelecida pelo governo – em junho ficou em 6,7%.
– Julho é o mês em que, tradicionalmente, há uma desaceleração. A safra de alimentos contribui para aumentar a oferta e levar os preços para baixo – diz o professor de economia da Fundação Getúlio Vargas Salomão Quadros.
Efeitos do câmbio ainda serão sentidos
Para a economista Adriana Molinari, da Tendências Consultoria, os protestos que ocuparam as ruas do país em junho passado também tiveram efeito na batalha contra a alta de preços.
– A redução de custo no transporte público é importante para o índice de julho, mas tem impacto restrito. Nos próximos meses, o governo não terá essa ajuda. E os efeitos do câmbio ainda nem chegaram – afirma.
Veículo: Diário Catarinense