Venda de trigo ainda é lenta no Paraná

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Apesar dos estoques baixos no país, a comercialização de trigo segue travada no Paraná nesta safra 2013/14. Produtores estão reticentes em vender e os moinhos em comprar o cereal ainda não colhido, diante das incertezas sobre os efeitos das geadas sobre a lavouras.

Conforme Lawrence Pih, presidente do Moinho Pacífico, praticamente não há trigo da nova safra comercializado. Na mesma época em anos anteriores, entre 10% e 15% do cereal paranaense já estava vendido. Segundo o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) da Secretaria de Agricultura do Estado, cerca de 2% da área plantada de trigo foi colhida até o dia 19 de agosto.

Flávio Turra, diretor técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), concorda que a comercialização está lenta, mas tem números diferentes. Segundo ele, 5% da produção foi vendida, percentual que nessa mesma época de anos anteriores estava entre 7% e 9%. "Os preços estão em alta, de forma que compradores e vendedores perderam a referência. Os primeiros negócios saíram por R$ 700 a tonelada. Hoje, estão parados", afirma Turra.

A valorização acumulada do indicador Cepea/Esalq para a saca de 60 quilos do trigo vendido no Paraná chega a cerca de 30%.

Turra diz que ainda não há informações suficientes sobre a qualidade do trigo que será colhido no Paraná. Ele acredita que os primeiros lotes serão de produtividade baixa, mas de boa qualidade. "A geada foi forte, mas depois não choveu, o que foi positivo para a qualidade. O triguilho [trigo cujo desenvolvimento foi interroompido] será separado para que cereais de qualidade diferentes não sejam misturados", avisa.

Em 14 de agosto, o Deral divulgou que as perdas nas lavouras paranaenses de trigo devido às geadas será da ordem de 33%. Isso significa que a produção paranaense, antes prevista em 1,94 milhão de toneladas, deverá ficar em 1,3 milhão.

Lawrence Pih calcula que, das 5 milhões de toneladas de trigo que serão colhidas no país, 4,6 milhões poderão ser processadas. Desse volume, 1,2 milhão de toneladas serão de trigo para panificação. Entre setembro e dezembro, o país deve consumir 3,2 milhões de toneladas do trigo da classe pão, o que significa que, até lá, 2 milhões de toneladas do cereal terão que ser importado para uso na panificação, segundo as contas de Pih.

"Até dezembro, praticamente não haverá trigo disponível no Mercosul, com exceção de, no máximo, 500 mil toneladas do Paraguai. A saída será trazer dos Estados Unidos até janeiro, quando deve entrar a safra argentina", diz.



Veículo: Valor Econômico


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