O fundo do poço ficou ainda mais baixo no mercado internacional do café na semana passada. O efeito das medidas do governo brasileiro para apoiar a comercialização e sustentar os preços e o medo das geadas passou e as cotações caíram diante de uma farta colheita no Brasil e da subida da moeda americana em relação ao real.
Apesar do "pacote" da presidente Dilma, os leilões de opções ainda não começaram e os recursos estão recém-chegando aos bancos, com o sentimento no mercado de café de que não há problemas de oferta. Além disso, o dólar vem subindo incansavelmente no Brasil, o que estimula um bom andamento das vendas externas, na medida em que, mesmo com a queda nas cotações nas bolsas, em reais os preços do café se sustentam devido ao câmbio.
No paradoxo, o dólar sobe contra o real e isso derruba os preços do arábica em Nova York e do robusta em Londres. Por outro lado, essa queda nas bolsas é amainada no mercado interno brasileiro justamente pela valorização da moeda americana, já que cada dólar acaba valendo mais reais no que é pago ao produtor.
O risco de geadas no Brasil inexiste e assim se perde mais um fator de sustentação aos preços. Vietnã e Indonésia aparecerão também firmes na ponta vendedora, pressionando o robusta em Londres e também o arábica em Nova York.
No balanço semanal, o arábica na bolsa de Nova York até quinta-feira passada caiu 5,3% no contrato dezembro, passando de 123,65 centavos de dólar por libra-peso (fechamento de 16/08) para 117,05 cents. Em Londres, o robusta para novembro recuou 5,7% no mesmo período, passando de US$ 1.901 para US$ 1.793 a tonelada.
O dólar comercial no Brasil seguiu a trajetória altista e avançou 3,1% na semana, subindo de R$ 2,372 para R$ 2,445. Isso contribuiu para o suporte aos preços dos grãos no país. Além disso, o produtor retém a oferta, esperando os efeitos e as medidas propriamente do governo serem postas em prática. No Sul de Minas, o arábica bebida boa caiu na semana apenas R$ 1,00 a saca, de R$ 293,00 para R$ 292,00 a saca. Já o conillon tipo 7 em Vitória (ES) permaneceu estável no comparativo em R$ 255,00 a saca.
Veículo: Diário do Comércio - MG