Clima foi favorável para o desenvolvimento do produto.
A produção de alho em Minas Gerais voltou a crescer neste ano. O clima favorável e os preços rentáveis foram fatores essenciais que incentivaram a retomada dos investimentos. De acordo com a Secretaria de Estado, a Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), somente neste ano serão colhidas 20,37 mil toneladas do produto, avanço de 12,36% frente à produção de 18,13 mil toneladas em 2012.
Conforme o extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) - unidade São Gotardo, no Alto Paranaíba, Dener Henrique de Castro, o clima neste ano foi favorável para o desenvolvimento do alho, que deve chegar ao mercado com qualidade superior à registrada no ano passado.
"Na safra anterior as chuvas abundantes registradas ao longo de junho interferiram negativamente na qualidade do produto, o que gerou perdas para os produtores já que o valor pago foi inferior ao esperado. Este ano, as condições foram diferenciadas e a expectativa é a de que a maioria da produção apresente qualidade superior", diz.
A colheita da safra 2013 do alho já foi iniciada em Minas e deve se estender até setembro. As áreas que foram plantadas no início de março já estão com índice de conclusão da colheita próximo a 80%. A produção estimada é de 20,3 mil toneladas, o que representa alta de 12,15% sobre a safra anterior. A produtividade, 13,5 toneladas por hectares, também está maior, 8,56%. A área destinada a cultura foi ampliada em 3,5%, totalizando 1,5 mil hectares.
Promissor - O mercado para o alho é considerado promissor, já que a produção brasileira é menor do que a demanda. Porém as importações do produto interferem na cotação interna. A maioria do alho importado pelo Brasil é proveniente da China, que subsidia grande parte da produção.
Anualmente o Brasil importa cerca de 153,1 mil toneladas de alho, enquanto a produção interna é de 79 mil toneladas. O país é o segundo maior comprador do mundo, perdendo apenas para a Indonésia. Minas tem papel fundamental na produção de alho, respondendo por cerca de 26% da produção nacional, ocupando o primeiro lugar no ranking produtivo.
Um dos principais pontos que impedem o crescimento da produção no Estado é o alto custo para manter a cultura, que é totalmente irrigada e demanda o uso de tecnologia de ponta. Para produzir 1 hectare de alho são necessários investimentos da em torno de R$ 40 mil, o que contribui para a concentração da produção nas mãos de grandes produtores.
Em São Gotardo, no Alto Paranaíba, a produtividade média é de 15 toneladas por hectare, enquanto no Sul do país gira em torno de 8 toneladas a 10 toneladas por hectare.
Os preços atuais pagos pelo alho são altamente lucrativos, os produtores estão recebendo entre R$ 7,5 e R$ 8 pelo quilo do produto. Enquanto o custo de produção varia de R$ 4,5 a R$ 5.
A principal região produtora do Estado é o Alto Paranaíba, com o município de Rio Paranaíba se destacando com uma safra estimada em 11,1 mil toneladas, seguido por Campos Altos, onde serão colhidos 2,25 mil toneladas de alho.
Veículo: Diário do Comércio - MG