A Condé Nast, editora que está por trás de revistas como "Vogue" e a "GQ", está ampliando sua diversificação no mundo do comércio eletrônico com a aquisição de uma participação na Vestiaire Collective, uma companhia varejista online que opera com moda de luxo de segunda mão.
A Condé Nast liderou um investimento de US$ 20 milhões na Vestiaire juntamente com os grupos de venture capital (capital de risco) Balderton, Ventech e Idinvest partners. Trata-se do sétimo investimento da companhia no setor de e-commerce nos últimos anos. Ela já comprou participações em empresas como Rent The Runway, um site de locação de artigos de moda, e Farfetch.com, um site que ajuda as pessoas a fazer compras em butiques de moda.
Controlada pela família Newhouse, a Condé Nast já investiu US$ 500 milhões em companhias novatas digitais e amparou mais de 200 empresas nos últimos dois anos. Sua investida em novas áreas no setor de artigos de luxo ocorre no momento em que as revistas impressas enfrentam a concorrência das novas publicações digitais.
"Há um mundo novo surgindo no comércio eletrônico", diz Mortiz von Laffert, vice-presidente da Condé Nast International. "São enormes as oportunidades de expansão de nossos negócios."
Sediada em Paris, a Vestiaire Collective funciona como um mercado on-line para a revenda de "artigos de luxo voltados para as tendências", como bolsas Hermès que custam milhares de dólares.
Ao contrário de outros mercados de produtos usados, como o eBay, a Vestiaire se envolve muito na seleção, verificação e despacho dos produtos que são vendidos em sua plataforma. A ideia é eliminar os produtos falsos ou danificados que infestam os sites de produtos usados. A Vestiaire rejeita quase 50% dos itens oferecidos a ela.
Von Laffert diz que os negócios da Vestiaire vêm dobrando de tamanho a cada ano desde que ela foi fundada em 2009. Ela faturou € 18 milhões no ano passado, ficando com uma comissão de até 33% sobre cada item vendido, dependendo do preço, acrescenta von Laffert.
A Condé Nast não quis revelar o tamanho da participação que adquiriu na Vestiaire. Geralmente, o grupo compra participações minoritárias e paga cedendo espaço de propaganda em suas publicações, assim como em dinheiro.
O investimento da Condé Nast no comércio eletrônico vem sendo feito no momento em que a distinção entre a mídia e o comércio fica mais nublada. Varejistas on-line de moda como a Asos e a Nasty Gal produzem cada vez mais seus próprios conteúdos editoriais para promover produtos em seus sites.
Veículo: Valor Econômico