Compradores do grão dos Estados Unidos serão prioritários.
A Cooperativa Agrícola de Monte Carmelo (Copermonte), na região do Alto Paranaíba, vai investir na ampliação da produção de cafés especiais ao longo dos próximos anos. O estímulo para aumentar a qualidade da safra produzida pelos cooperados virá das vendas diretas da cooperativa para o mercado externo, o que garante maior retorno financeiro.
Para negociar direto com os compradores internacionais, a Copermonte irá lançar no 8º Espaço Café Brasil, que é parte integrante da Semana Internacional do Café, a Ourcoffees, uma importadora de café que liga direto compradores e vendedores colocando em evidência a história de cada produtor.
Conforme o presidente da Copermonte, Creuzo Takahashi, a produção anual da cooperativa gira em torno de 500 mil sacas de 60 quilos, deste total cerca de 10%, ou 50 mil sacas, são classificadas como cafés especiais. O investimento na qualidade diferenciada é considerada fundamental para garantir a rentabilidade da cultura.
"Estamos investindo na melhoria do grão para atendermos aos mercados mais exigentes. A exportação direta do nosso produto tem como objetivo favorecer os ganhos dos cooperados e incentivar o maior investimento na produção de alta qualidade. Vamos investir neste projeto, que será lançado ao longo da reunião da OIC, uma vez que a demanda internacional pelos cafés diferenciados é grande no mercado internacional", diz.
Diferenciados - O café que será destinado ao mercado internacional, que a princípio será os Estados Unidos, possui qualidade, sabor e aroma diferenciados. A saca do produto especial é vendida com valores que superam em pelo menos 30% os pagos pelos cafés comuns. Atualmente a saca do café comum é negociada em torno de R$ 290.
Com 18 anos de atuação no mercado cafeeiro, a Copermonte conta com 619 cooperados. A empresa que tem sede em Monte Carmelo possui duas filiais, sendo uma em Campos Altos, no Alto Paranaíba, e outra em Indianópolis, São Paulo.
Para agregar valor ao grão e diferenciar o café dos demais, os cafeicultores associados investem constantemente em tecnologia e no aprimoramento do café produzido. Os resultados são positivos e segundo Takahashi, por meio do Projeto Educampo, desenvolvido pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Minas), a cooperativa foi classificada como a melhor média de venda da produção no Cerrado nos biênios de 2007/09 e 2010/12.
"Minas Gerais tem inúmeros diferenciais em relação a outros estados e isso a gente soube aproveitar bem a nosso favor. Um dos fatores que ajudaram o nosso café a ter uma qualidade melhor é a altitude e o clima", observa Takahashi.
A cooperativa conta ainda com um escritório nos Estados Unidos, que distribui o produto para grandes cafeterias. Segundo Takahashi, já foram enviadas cerca de 1,9 mil sacas de café diferenciado para a unidade norte-americana, que conta também com um armazém, mas a expectativa é a de que sejam enviadas entre 40 mil e 60 mil sacas por ano, no prazo máximo de três anos.
A cooperativa foi criada a partir da necessidade de os produtores da região se organizar em prol da produção de um café com melhor qualidade, conhecido como café gourmet. Inicialmente, eram apenas 24 produtores, todos com o pensamento de melhorar a qualidade do produto comercializado, dando destaque ao café de Minas Gerais. Os cooperados contam com uma equipe técnica composta por 15 engenheiros agrônomos e um departamento de certificação de qualidade.
Veículo: Diário do Comércio - MG