Consumo global de cafés especiais avança no país ao ritmo de 15% a 20% ao ano
O cafezinho do brasileiro está ganhando paladar diferenciado e sofisticação embalado pelo crescimento da oferta de produtos superiores e gourmet. O novo modo de consumir a bebida está esquentando o varejo especializado nos chamados cafés de qualidade. Para se ter ideia, enquanto o custo de um cafezinho especial para a revenda cresce em média 50%, o lucro na xícara pode atingir 500%.
O consumo global do café avança no país ao ritmo de 3% ao ano, já o de cafés especiais cresce de 15% a 20%. As cafeterias, além de lugar certo para propagar o consumo dos chamados cafés gourmets, também contribuem para formar público consumidor. Pesquisa feita pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) mostra que a população mais jovem, entre 15 e 29 anos, está tomando de quatro a cinco xícaras da bebida por dia, o que pode chegar a sete doses diárias no caso de maiores de 55 anos.
Durante a Semana Internacional do Café, que acontece até amanhã, no Expominas, em BH, o Sebrae montou no local uma cafeteria modelo. A ideia é fomentar novos negócios ou a reestruturação de empreendimentos já existentes. "As cafeterias mineiras ainda são marcadas pelo tradicionalismo", diz Priscilla Lins, gerente de Agronegócio do Sebrae. Segundo ela, as cafeterias devem valorizar a história , a origem e a qualidade do grão. O investimento inicial estimado para montar um negócio é de R$ 500 mil.
Um dos maiores produtores nacionais, o Café do Centro, cultivado nas fazendas Santa Lúcia e Santa Rosália, na região de Araxá, tem sua venda focada na distribuição para bares, hotéis e restaurantes, como o Fasano, em São Paulo. Fábio Moraes, diretor comercial da empresa, diz que o crescimento anual da marca, especializada no produto gourmet, é de 35% ao ano. "O lucro do café gourmet na xícara vendida ao consumidor pode chegar a 600%".
Veículo: Estado de Minas