Etanol vence "resistência", e consumo reage

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Mais atrativos ao consumidor final em alguns Estados do país desde junho, os preços do etanol parecem ter novamente fisgado o motorista de carros flex, após meses de resistência. Em agosto, pelo segundo mês consecutivo, as usinas venderam mais de 1,2 bilhão de litros de etanol hidratado, volume considerado de "equilíbrio" para absorver a oferta maior do biocombustível prevista para esta safra 2013/14.

Levantamento divulgado ontem pela Unica, entidade que representa as usinas do Centro-Sul, sinalizam que o mercado interno brasileiro absorveu em agosto 1,247 bilhão de litros de hidratado, um aumento de 20% em relação ao mesmo mês de 2012.

As distribuidoras de combustíveis associadas ao Sindicom informaram que venderam, também em agosto, 631 milhões de litros de etanol aos postos, 24,5% mais que no mesmo mês de 2012. As associadas representam 60% do mercado de combustíveis do país. O número de todo o mercado ainda não foi publicado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).

O presidente da SCA Trading, Martinho Seiiti Ono, uma das maiores comercializadoras de etanol do Brasil, disse que a expectativa era de que o consumo mensal de etanol hidratado já tivesse alcançado 1,2 bilhão de litros no mês de junho. "A paridade com a gasolina está atrativa desde maio. Na minha avaliação, o consumo demorou para reagir a esse nível", afirmou Seiiti Ono.

Para ser considerado vantajoso do ponto de vista econômico ao consumidor, o preço do etanol hidratado tem que ser inferior a 70% do preço da gasolina. Em meados de maio, esse percentual caiu de 70% para 68% no Estado de São Paulo e encerrou o mesmo mês em 66%. Depois disso, recuou para 65% e se estabilizou em 64%.

Para Seiiti Ono, entender o comportamento do motorista de carros flex no Brasil ainda é um desafio. Mas a aposta é que o volume mensal de 1,2 bilhão de litros tende a se manter até meados de abril de 2014, segundo o executivo.

No entanto, os preços nas usinas começaram a subir. Nas últimas três semanas, a valorização do indicador Cepea/Esalq, por exemplo, aumentou 4,5%. O repasse dessa alta ao consumidor começou a ser feita nesta semana. "Em torno de 35% a 40% dos motoristas de carros leves estão usando etanol. Essa fatia não vai migrar para a gasolina se a paridade sair de 64% para 67%, que é o que deve acontecer até o fim da safra", conforme Seiiti Ono.

Ontem, a Unica divulgou que a produção de etanol hidratado cresceu 4,78% na segunda quinzena de agosto e de 20,77% no acumulado da safra. A de anidro, que é misturada à gasolina, aumentou 12,56% na quinzena e 43% na safra. A produção de açúcar caiu 3,74% na quinzena e acumula alta de 6,96% na temporada 2013/14.



Veículo: Valor Econômico


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