A suíça Nestlé, maior empresa de alimentos do mundo, está sob pressão para esclarecer suas intenções com a L'Oréal, sua parceira de 40 anos, devido a proximidade no término de laços que as unem, marcado para 2014.

A decisão está nas mãos do presidente Peter Brabeck, que está tentando reposicionar a Nestlé longe da dependência de alimentos processados para produtos de maior margem, mais ligados à saúde, nutrição e bem-estar.

É possível argumentar que os shampoos e cosméticos da L'Oréal são compatíveis com esta missão, mas a maioria dos analistas de mercado pensam que provavelmente a Nestlé venderá sua participação na L'Oréal, quando as restrições para isso terminarem, no mês de abril.

Eles avaliam que a companhia pode vender a fatia, avaliada em 23 bilhões de euros (US$ 30 bilhões), em tranches e usar o dinheiro em algo central para seu próprio negócio ou retornar os recursos para os acionistas.

"Se os interessados quiserem investir na L'Oréal, eles podem fazer isso diretamente", disse um analista sob condição de anonimato. "Eles não precisam da Nestlé para promover isso", afirmou.

O grupo suíço de alimentos é o maior acionista da empresa francesa de cosméticos desde 1974, quando a herdeira da L'Oréal, Liliane Bettencourt, agora a mulher mais rica do mundo, confiou quase metade de sua participação para a Nestlé por medo de que fosse nacionalizada se os socialistas chegassem ao poder.

Este foi um ótimo investimento para a Nestlé, uma vez que as ações da L'Oréal tiveram retorno anual de 15% desde então. As ações da Nestlé tiveram retorno de 11,6%. A Nestlé detém atualmente 29,5% e a Bettencourt possui 30,5% da L'Oréal.



Veículo: DCI