Cepal alerta mercados latinos para acordos de livre-comércio

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As negociações dos tratados de livre-comércio entre as grandes economias "aceleram a urgência de que os mercados latino-americanos sejam mais integrados", declarou ontem Alícia Bárcena, secretária executiva da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), Alícia Bárcena. Segundo ela, Brasil, México e Trinidad e Tobago "deveriam ter uma clara visão sobre para onde querem ir na integração regional" e as negociações do Brasil com a União Europeia (UE) poderiam ajudar no processo, porque muitos países latinos estão fora dos tratados.

"Observamos que o Brasil poderia, e se assim o faz, renovar o interesse de negociações com a UE, que podem abrir novas perspectivas para a integração regional", afirmou em entrevista à imprensa na sede da instituição, em Santiago. A executiva destacou que o Brasil precisa "ver se consegue um acordo em diferentes velocidades ou se o Mercosul pode concluir a negociação com a União Europeia". Se for assim, continuou, "estaremos falando de 15 países da América Latina mais o Caribe que têm acordo com a UE".

No documento divulgado ontem sobre o comércio da região, a Cepal destacou que quatro negociações regionais estão modificando o panorama do comércio mundial: Acordo Transpacífico de Associação (TPP); Acordo Transatlântico de Comércio e Investimento entre União Europeia e Estados Unidos; Associação Econômica Integral Regional (que envolve 10 membros da Asean mais Austrália, China, índia, Japão, Nova Zelândia e Coreia); e o Tratado de Livre-Comércio (TLC) da China-Japão-República da Coreia e União Europeia-Japão.

"Um dos aspectos chamativos destes acordos é que nenhum deles considera os países do Brics [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul]", alertou Osvaldo Rosales, diretor da divisão de Comércio Internacional e Integração da Cepal. Autor do documento, Rosales ressaltou que, nos últimos anos, as projeções da economia mundial feitas por instituições, bancos privados e consultorias mostram que o Brics terá um peso substantivo nos próximos 20 ou 40 anos na economia global.

Ele destacou que os países da região devem se preparar para negociar e ganhar competitividade, que não depende desses acordos. "Está na capacidade tecnológica, de inovação e gerencial, nas incorporações das pequenas e médias empresas a estas redes de fornecimento."

Rosales disse que os países do Pacífico não podem virar as costas aos do Atlântico Sul e vice-versa. Ele também considerou que "a presidência latino-americana, brasileira, na OMC, de Roberto Azevêdo, pode dar um impulso adicional às negociações multilaterais".




Veículo: DCI


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