Brasileiro prefere o arábica, em vários países o robusta ganha espaço.
O mercado consumidor de café no país vem mudando o perfil ao longo dos últimos anos. A praticidade e o conforto oferecidos pelas cafeterias e pelas máquinas domésticas têm atraído cada vez mais os consumidores, principalmente os mais jovens e representantes da classe média.
Com isso, a tendência, ao contrário de boa parte do mercado mundial emergente, é que os brasileiros, ao longo dos próximos anos, consumam mais café da modalidade arábica, enquanto a tendência em países como a Rússia, China e Coreia aponta para o aumento da demanda por cafés solúveis, que tem como base o robusta.
O assunto foi discutido ao longo do seminário DNA Café 2013, evento integrante do 8º Espaço Café Brasil, que faz parte da programação da Semana Internacional do Café, promovida pela Organização Internacional do Café (OIC), que termina hoje, no Expominas, em Belo Horizonte.
Durante a palestra "Tendências de consumo do café no Brasil e no mundo", proferida pelo diretor da P&A Marketing Internacional, Carlos Brando, foi discutido o novo perfil de consumo do café em todo o mundo.
Para os produtores brasileiros do tipo arábica, a tendência é que o crescimento da demanda seja maior no mercado interno, enquanto nos principais países emergentes, como a Coreia, Rússia e China, o consumo deve alavancar a demanda pelo robusta. O desafio para as indústrias são os investimentos nas monodoses e em formas de preparação rápida e prática.
"O perfil do consumidor no Brasil vem mudando ao longo dos últimos anos. Com o aumento da renda e o maior acesso às lojas de café e às máquinas para o consumo no lar, a tendência é que o consumidor busque no mercado cafés fáceis de preparar. Outra modalidade que vem crescendo são as lojas especializadas em café, que além de serem atrativas para o público jovem, também oferecem produto diversificados" disse.
Demanda - De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), o consumo do grão no país cresce cerca de 3% ao ano, o que significa que até 2020 a demanda terá um acréscimo de 5,5 milhões de sacas do produto no mercado.
O diretor da P&A Marketing Internacional atribui o aumento do consumo do café arábica às lojas de café e a descoberta do produto em cápsulas pelo público brasileiro. "O consumo de monodoses em diversos países já é comum. No Brasil, o uso das cápsulas ainda é muito recente, mas já passou a ter representatividade nesse mercado. Pelo perfil de consumo do brasileiro, este mercado é promissor para as empresas", avaliou Brando.
O mercado promissor das doses individuais tem despertado o interesse de empresas do ramo cafeeiro. Um exemplo é a Lucca Cafés Especiais, que já comercializa a bebida em cápsulas. De acordo com a P&A Marketing Internacional, o mercado de consumo das monodoses cresce cerca de 20% ao ano, desde 2004.
Segundo o diretor da Lucca Cafés Especiais, Luiz Otávio de Souza, a ideia de investir nas cápsulas surgiu após as lojas da marca registrar queda na demanda pelos cafés em grãos, torrado e moído. "Em uma feira tivemos a oportunidade de adquirir uma máquina que envasava os cafés em cápsulas, resolvemos apostar na ideia e, assim que disponibilizamos o produto nas lojas, tivemos resultados positivos, com a demanda pela dose individual sendo ampliada. Alguns fatores como a facilidade de fazer um expresso de qualidade em casa e a maior oferta de máquinas de fácil uso e rápidas têm ajudado a ampliar a demanda pelas doses individuais", ressaltou.
Veículo: Diário do Comércio - MG