Foram elaboradas sete metas para recuperar posições no ranking nacional de participação na indústria
Com uma participação na indústria nacional de 6% no "Valor de transformação industrial" (VTI) - ficando em quinto lugar no ranking do País -, o setor de vestuário cearense espera alcançar 9% até 2018. A meta faz parte do Planejamento Estratégico das indústrias dos segmentos têxtil e de confecção do Ceará - que hoje têm 5,5% das receitas líquidas nacionais, 5,7% no total de custos e despesas e 6% nos salários e remuneração.
O Ceará hoje é o único Estado do Norte e Nordeste entre os cinco que detêm 78% do total de receitas e custos da indústria de vestuário FOTO: SILVANA TARELHO
Por outro lado, se a participação do Ceará parece expressiva - sendo o único estado do Norte e Nordeste entre os cinco que detêm 78% do total de receitas e custos da indústria de vestuário - o polo do Estado já ocupou a segunda posição na indústria nacional, há cerca de dez anos.
O Perfil Setorial Vestuário 2013, divulgado ontem pelo Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec-CE), faz parte do projeto do setor de retomar espaço no mercado nacional, segundo o presidente da Câmara Setorial do Vestuário do Ceará, Adriano Costa Lima.
De acordo com ele, foram elaboradas sete metas a serem alcançadas até 2018. "Temos o projeto de fortalecer as marcas cearenses, agregar valor e inovar. O segundo ponto é trabalhar a proposta de equiparar o ICMS com a menor carga tributária praticada no setor em outros estados", diz.
Além disso, ele informa que, por conta da meta de aumentar em 30% a produção e a rentabilidade das empresas cearenses, será criado um programa de aperfeiçoamento da produção. "Hoje, o setor fatura R$ 1,6 bilhão no Ceará anualmente. Nós temos 90 mil pessoas ocupadas e queremos ampliar esse número", diz.
Para conseguir alcançar as metas, ele diz que pretende fortalecer a união entre as empresas por meio das associações e sindicatos. Segundo ele, das cerca de 3.600 empresas, apenas 130 estão associadas aos sindicatos do setor de vestuário. O objetivo é que 20% do total de empresas do Estado se associe.
Produtividade
O presidente do Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhoras do Ceará (Sindconfecções-CE), Marcos Venícius Rocha, destaca que o objetivo também é aumentar em 30% a produtividade das indústrias até 2018, a partir da qualificação da mão de obra. "Estamos no 12° lugar no ranking dos estados, em relação à produtividade. Falta capacitação, treinamento e renovação da mão de obra", afirma.
Sobre a forte concorrência com os produtos asiáticos, Adriano Costa ressalta que, assim como o Ceará, outros estados brasileiros têm sofrido com o problema. "Houve um crescimento da demanda no próprio mercado cearense e a indústria não cresceu para acompanhar, com a redução no número de peças produzidas. Desse modo, passou-se a consumir mais o importado e os produtos de outros estados".
Conforme o Indi, a queda na produção não foi causada pela falta de consumo, uma vez que as vendas no varejo de vestuário, tanto no Ceará, quanto no Brasil, apresentaram expansões próximas a 30% de 2006 a 2012.
Veículo: Diário do Nordeste