A empresa do setor têxtil Teka está confiante no aumento das exportações. Com a alta na cotação do dólar, a empresa vai vender mais para o mercado internacional do que em 2008, segundo o diretor de Comércio Exterior e de Relações com o Mercado da empresa, Marcello Stewers. Os investimentos, no entanto, ficarão no zero.
"Nossas exportações já estão melhorando e vão continuar nesse movimento ao longo do ano. O único fator que representa incógnita importante é a crise internacional", afirmou. Segundo ele, a situação ainda obscura de algumas economias não permite à companhia formar quadro preciso a respeito da saúde de mercados para os quais exporta.
Um exemplo, segundo Stewers, é a própria América Latina, onde a escassez de crédito impede estratégias arrojadas. Ainda assim, a Teka tem planos de ampliar participação e fortalecer sua marca nos mercados do continente.
De acordo com o executivo, a indústria têxtil brasileira ficará pouco mais competitiva neste ano, resultado dos efeitos retardados da crise no País.
Ele afirmou que os planos de expansão das exportações são baseados, exclusivamente, no dólar valorizado, já que a situação dos mercados externos ainda é muito desanimadora.
"O cenário internacional para a indústria têxtil é terrível. A única razão para prevermos mais exportações em 2009 é o patamar atual do dólar", disse.
Em 2008, a indústria têxtil brasileira sofreu um déficit de US$ 2,05 bilhões em sua balança comercial, excluindo a fibra de algodão, e somente não demitiu mais que o setor alimentício. "Vamos focar os esforços de exportação na retomada do que foi perdido nos últimos dois anos e meio", afirmou Stewers.
Apesar de não prever cenário tão fácil para exportações em 2009, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Aguinaldo Diniz Filho, disse acreditar que é possível pensar em ampliação.
"Neste ano, teremos que conviver com grandes mercados em recessão, portanto, não será tão simples assim exportar. O Brasil volta ao jogo, entretanto, com preços melhores e continuará sua política de produtos com maior valor agregado", afirmou.
Com o dólar mais barato na maior parte de 2008, as empresas do setor têxtil aproveitaram para investir e bateram recorde de importação de máquinas, totalizando aporte de US$ 759 milhões.
De acordo com Marcello Stewers, a Teka investiu tudo o que precisava nos últimos dois anos e, portanto, não tem planos de mais investimentos em 2009.
"Só vamos gastar para manter o que já temos, o que é muito bom, na verdade. Ainda bem que investimos tudo o que precisávamos antes de 2009", disse.
O executivo não divulgou números, mas afirmou que, em linhas gerais, espera crescimento leve para a empresa neste ano.
Já a fabricante de cuecas D"uomo está mais otimista. De acordo com o sócio da empresa Ricardo Moraes, a estimativa é de crescimento de até 24% em 2009, em relação ao ano passado. "Talvez eu esteja até exageradamente esperançoso. Estamos investindo em otimização de materiais, máquinas, pessoal, marketing e logística. Apostamos na qualidade para sermos competitivos e acredito que teremos excelentes resultados neste ano", afirmou. O executivo espera agregar mais 300 postos de trabalho neste ano.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ