Produtos iguais, mas preços diferentes

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Ao sair às compras consumidor deve prestar atenção no preço da etiqueta e também nas informações das embalagens

Embalagens parecidas ou caixas do mesmo tamanho podem fazer o cliente levar um produto mais caro para casa sem nem perceber.

É o caso de duas marcas de biscoito recheado da fabricante Isabela. São produtos com embalagens semelhantes, vendidos pelo mesmo preço, em pacotes do mesmo tamanho e lado a lado nas prateleiras. A diferença está na quantidade. Uma pesa 160 gramas, a outra 150, tornando a segunda 6% mais pesada no bolso. Sem ler o rótulo, no entanto, fica difícil distinguir. Poucos metros adiante, barras de cereais da mesma marca são vendidas pelo mesmo preço em caixas de igual tamanho. A diferença, de novo, está na quantidade vendida.

De acordo com órgãos de defesa do consumidor, apesar de confundir, a prática não é ilegal. Como as informações estão visíveis em cada uma das embalagens, não há infração por parte das empresas.

– Em tese, não há nada de errado. As empresas estão dentro da lei. Mas, também é verdade que na maioria das vezes o consumidor não para para ler o que está na embalagem. Quando se dá conta, se sente enganado – afirma Maria Inês Dolci, diretora da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor Proteste.

A advogada avalia que as companhias deveriam utilizar a identidade visual para tornar as diferenças entre os produtos mais perceptíveis.

A regra é mais rígida quando o fabricante decide reduzir o peso ou o volume de determinado produto. A embalagem deve informar, em tamanho e cor adequados, o volume anterior e o atual e a redução em valores absolutos e percentuais.

Novo preço deve ser proporcional às mudanças

Se optarem por reduzir o tamanho do item, as empresas devem diminuir proporcionalmente o valor cobrado. As barras de chocolate da Garoto, que diminuíram de tamanho em fevereiro passado, contêm o aviso. Mas a marca também apresenta produtos parecidos com pesos diferentes.

Barras do sabor cookie e caju têm preço e tamanho iguais, mas são vendidos em quantidades diferentes. A empresa argumenta que a diferença se dá por causa do recheio. Entretanto, antes da mudança, as duas variedades costumavam ter o mesmo peso.



Cada vez menores

As barras de chocolate não são as únicas mercadorias a diminuir de tamanho. Antes delas, o papel higiênico perdeu metragem, as barras de cereal encolheram e as latas de achocolatado ficaram menores. A estratégia costuma ser adotada em períodos de inflação alta. Com o aumento de custos, em vez de elevar o valor do produto, o fabricante corta a quantidade vendida.

– As pessoas estão mais exigentes quanto à qualidade, mas ainda estão pouco informadas sobre os direitos que regem os preços – alerta Maria Inês Dolci, da Proteste.

Nas compras em supermercados, o consumidor também deve estar atento às distorções de preços em produtos da mesma marca e modelo, mas acondicionados em embalagens de tamanhos diferentes.




Veículo: Diário Catarinense


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