O diretor-executivo de operações do Magazine Luiza, Frederico Trajano, disse ontem que o consumo está bem mais aquecido do que no primeiro semestre. "Para nós, agosto foi melhor que julho, e setembro foi melhor que agosto", afirmou ao Valor.
Ele disse que o aumento das alíquotas do imposto sobre produtos industrializados (IPI) para produtos da linha branca mostra pouco ou nenhum efeito nas vendas, e que o repasse aos preços está sendo feito conforme a categoria de produtos. "Muito mais efeito sobre o consumo, e do lado positivo, tem o programa Minha Casa Melhor", disse, sem citar números.
Desde 1º de outubro, segundo havia anunciado o Ministério da Fazenda, geladeiras que estava com IPI de 8,5%, passou a pagar 10%. No caso do tanquinho, o imposto subiu de 4,5% para 5%. A alíquota do fogão foi de 3% para 4%. Apenas a alíquota de máquina de lavar roupa foi mantida em 10%. Para móveis e painéis de madeira, a alíquota passou de 3% para 3,5%.
Sobre o Minha Casa Melhor, varejistas ouvidos pelo Valor no início de setembro já haviam indicado que as vendas de eletrodomésticos e móveis feitas por meio desse programa, que conta com crédito da Caixa Econômica Federal, já representavam de 1% a 8% do faturamento, dependendo da companhia.
Trajano disse ainda que, de modo geral, está muito "otimista" e "confiante" em relação aos resultados da companhia no segundo semestre. "Sentimos que a confiança do consumidor melhorou".
Segundo o diretor, a indústria deu uma indicação de que poderia aumentar os preços em agosto, quando o dólar atingiu os patamares mais altos do ano. No entanto, ainda não houve repasse da indústria para o Magazine Luiza. "Não se sabe ao certo ainda que em patamar o dólar vai se estabilizar, então não dá para projetar se vai haver nem de quanto seria o repasse", disse o executivo, que participou de um evento sobre a presença de mulheres nas companhias, em São Paulo.
Veículo: Valor Econômico