A companhia sucroalcooleira Biosev lançou uma oferta para captar US$ 300 milhões em bônus seniores sem garantia, segundo fonte a par da operação. O preço indicativo inicial da emissão é de 12% ao ano.
Os papéis terão prazo de sete anos, mas serão resgatáveis a partir do quarto ano. A empresa, controlada pelo grupo francês Louis Dreyfus, pretende usar os recursos para pagar dívidas. É possível que a emissão seja fechada hoje.
O volume da oferta, se confirmado, ficará abaixo dos US$ 500 milhões que a Biosev pretendia captar. No entanto, para levantar essa quantia, a companhia teria de aceitar um custo ainda mais elevado para a operação, segundo fontes a par do assunto.
Em apresentações ao mercado, a empresa sondou o apetite dos investidores por uma operação que pagasse 9% ao ano. Se ficar mesmo em 12%, a oferta sairá mais cara que a do frigorífico Marfrig, considerada uma empresa com perfil de dívida arriscado. No mês passado, o frigorífico captou US$ 400 milhões em bônus com prazo de oito anos, cupom de 11,25% ao ano e retorno ao investidor de 11,5%.
De acordo com um interlocutor a par da captação, o custo dos papéis da Biosev está associado ao risco da indústria sucroalcooleira e é melhor que o de outras companhias do setor. A emissão recebeu nota preliminar "B1" da Moody's e "BB-" da Fitch. Ambas denotam um perfil de dívida arriscado.
Será a primeira emissão de empresa sem grau de investimento desde que o BNDES reabriu a fila de captações no mês passado, com oferta de US$ 2,5 bilhões.
O momento escolhido pela Biosev para captar no exterior é peculiar. O mercado de Treasuries - os títulos do Tesouro americano, referência para os preços de bônus corporativos - está em compasso de espera diante do impasse em relação ao teto da dívida dos EUA. Porém, essa questão não tem influenciado o andamento da oferta, disse fonte a par do assunto.
BNP Paribas, Bradesco BBI, Citigroup, Banco do Brasil, HSBC e Itaú BBA coordenam a operação.
Veículo: Valor Econômico