Produção de itens ecológicos é tendência apontada na Feira de Anuga
Em alta no mercado internacional, os alimentos orgânicos caíram no gosto do consumidor. E dos empresários também. Cada vez mais marcas apostam no nicho, a fim de agregar valor às suas vendas. Essa é uma das tendências verificadas na Feira de Anuga, em Colônia, na Alemanha. Os produtos fabricados nesses moldes estão em um dos pavilhões mais movimentados do evento, que soma 256 expositores. Para se instalar no ambiente, os organizadores selecionaram apenas companhias certificadas.
Como esse segmento está mais consolidado na Europa, os países do velho continente dominam a participação na feira. Com um estande que lembra um minimercado, a alemã Bio Zentrale é uma das atrações. Em atuação desde 1976, a empresa tem no portfólio mais de 400 tipos de artigos feitos de forma ecológica, metade deles confeccionados em uma planta industrial situada na região da Bavária. A extensa relação de itens abrange de cereais a massas. “Esse mercado está se tornando cada vez mais relevante para o consumidor. Ele quer saber de onde veio o produto e como ele foi feito”, diz o gerente de marketing Philipp Pleißner.
Responsáveis pela popularização da comida rápida de alto valor calórico, os Estados Unidos agora começam a dedicar mais atenção à produção de orgânicos como forma de estimular hábitos alimentares saudáveis. Pela primeira vez, o país trouxe 11 companhias do gênero para Anuga. “Esse ainda é um mercado imaturo nos Estados Unidos, que foi afetado pela crise financeira e está voltando a crescer agora. Atualmente, movimenta US$ 32 bilhões ao ano”, explica Jessica Poingt, diretora executiva da Associação de Produtores de Orgânicos nos Estados Unidos (OTA, na sigla em inglês).
O presidente da Fiergs, Heitor Müller, endossa a tese de que o segmento de orgânicos é uma das principais vertentes a ser seguida. Ontem, o empresário percorreu o pavilhão onde estão os artigos do gênero por um longo tempo. Além disso, Müller acredita que a indústria alimentícia gaúcha deve se inspirar em outras duas novidades verificadas em Colônia: a elaboração de embalagens menores, de porções individuais de comida congelada, e a confecção de alimentos voltados para o público da terceira idade, com valores nutricionais adequados a essa faixa etária. No entanto, o presidente da Fiergs lamenta que o Brasil, ao contrário de outros países presentes na feira, ainda dependa em demasia da venda de commodities, deixando de trabalhar melhor o produto antes de exportá-lo. “A agregação de valor aos produtos é um grande passo que nos falta.”
As 10 principais tendências do setor de alimentos
Quem entra no centro de convenções onde ocorre a Feira de Anuga logo se depara com um grande painel que indica as 10 principais tendências para a indústria alimentícia nos próximos anos. Diversas pessoas se aglomeram em frente ao banner e aproveitam para “anotar” as recomendações com smartphones e câmeras. Isso porque, em geral, as pessoas preferem fotografar a lista de tópicos. Os dados se baseiam nas exigências do consumidor. Além da fabricação de orgânicos, são destacados como tópicos em alta o fornecimento de informações sobre o modo de produção do alimento, embalagens que sejam sustentáveis ecologicamente e práticas de redução de açúcar e glúten na fabricação das comidas.
Veículo: Jornal do Comércio - RS