Mercado de luxo enxerga potencial em famílias modernas

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Um levantamento feito pela Shopper Experience aponta que mulheres solteiras sem filhos, de alto poder aquisitivo e com faixa etária entre 30 e 45 anos - chamadas de panks nos Estados Unidos - formam um filão pouco explorado pelo varejo de luxo no Brasil. De acordo com a pesquisa, 79% das entrevistadas compram produtos infantis de alto valor agregado pelo menos uma vez por mês.

No grupo de 555 mulheres solteiras entrevistadas, 18% fazem esse tipo de compra semanalmente e 3% o fazem duas vezes por semana. Entre os objetos mais procurados estão roupas e brinquedos. Os gastos costumam ficar acima de R$ 350.

Segundo a coordenadora da pesquisa, Stella Kochen Susskind, o potencial deste nicho é grande. "No Brasil, a tendência ainda não despertou atenção de gestores de marcas e produtos, embora o país já conte com uma legião de panks", explica.

Para ela, esse nicho deve ficar ainda mais aquecido nos próximos anos. "O último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que entre as brasileiras que estão prestes a completar 50 anos - fim do ciclo reprodutivo -, o grupo que chegou a essa idade sem filhos aumentou 20% na última década; o número de famílias brasileiras sem filhos cresce mais do que as com crianças".

Contraste com mercado estrangeiro

Segundo a Shopper Experience, os Estados Unidos são pioneiros na exploração do potencial econômico das mulheres solteiras e sem filhos.

O portal americano Savvy Aunt, um dos pioneiros na categorização das panks, afirma que nos Estados Unidos as mulheres solteiras sem filhos representam um potencial de consumo anual de aproximadamente US$ 9 bilhões por ano. Os dados se baseiam em uma pesquisa feita em conjunto com a consultoria KRC Research.

Os produtos comprados também são mais diversificados do que no Brasil. Nos Estados Unidos, cerca de 34% das panks - que costumam ser tias e madrinhas dos presenteados - ajudam a pagar pela educação das crianças.

Stella ressalta que o mercado brasileiro possui algumas diferenças em relação ao norte-americano. "Uma diferença substancial é a categoria de produtos. Enquanto as estrangeiras preferem grifes de roupas infantis, as brasileiras adoram comprar brinquedos caros e artigos cosméticos como perfumes, xampus, fraldas e similares", conclui a coordenadora da pesquisa.




Veículo: DCI


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