Primeiro levantamento para o ciclo 2013/2014 indica novo recorde na soja e queda no milho no Rio Grande do Sul
O primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado ontem, para a safra de grãos 2013/2014, indica uma colheita total de 28,85 a 29,42 milhões de toneladas, o que representa crescimento entre 2% e 4% em relação ao período 2012/2013. No cenário mais pessimista, praticamente iguala o recorde da safra 2010/2011, de 28,88 milhões de toneladas. No mais otimista ultrapassa esse número.
Na soja, confirmada a previsão, o Rio Grande do Sul deve ter novo recorde, entre 12,91 e 13,28 milhões de toneladas, contra as 12,53 milhões de toneladas registradas no período anterior. Já o milho poderá ter queda entre 10% e 12% dependendo do cenário, fechando entre 4,73 e 4,84 milhões de toneladas ante as 5,38 milhões de toneladas colhidas na safra 2012/2013. E no arroz, o Estado terá um leve crescimento entre 8,06 e 8,14 milhões de toneladas contra 7,93 milhões de toneladas da safra passada.
A área plantada no Rio Grande do Sul também deve ter elevação entre 1,1% e 3,3%, ficando em torno de 8,07 milhões de hectares a 8,24 milhões de hectares. No período passado, este número foi de 7,98 milhões de hectares. A área de soja deve crescer dos 4,61 milhões de hectares para até 4,9 milhões de hectares, o que representa um aumento entre 3% e 6%.
O milho terá uma redução de área de 1,03 milhão de hectares para a margem entre 909 e 903 mil hectares. Já o arroz deve manter uma estabilidade de área 1,08 e 1,09 milhão de hectares contra 1,06 milhão da safra 2012/2013.
Para o superintendente da Conab no Rio Grande do Sul, Glauto Melo, a expectativa se deve à segurança dos preços que se mantêm elevados, aliada à perspectiva de um clima favorável para a produção gaúcha. “Já retomamos nosso patamar produtivo de antes da estiagem na última temporada e devemos atingir nesta safra a plenitude do potencial gaúcho de produção”, afirma.
O superintendente destaca ainda que os números do trigo estão consolidados e a produção deve atingir 2,6 milhões de toneladas, 37,6% acima do que foi colhido em 2012, de 1,89 milhão de toneladas, safra prejudicada por causa do clima. Neste ano, mesmo com a incidência de chuva forte no final de agosto e geadas ao longo do inverno, a cultura não foi atingida.
No entanto, Melo avalia com surpresa os números desfavoráveis para o milho, que perde em área e produção, devido à concorrência com a soja. A oleaginosa novamente será destaque, inclusive ocupando novas áreas consorciadas com o plantio de arroz, experiência que teve êxito na safra passada. “Os produtores que fizeram esta dobradinha conseguiram vender a soja e segurar a venda de arroz conseguindo manter preços melhores”, salienta o presidente da Comissão de Arroz da Farsul, Francisco Schardong.
Veículo: Jornal do Comércio - RS