Com cenário incerto, Biosev desiste de emissão de bônus no exterior

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A companhia sucroalcooleira Biosev congelou ontem os planos de fazer uma oferta de bônus no exterior. Controlada pelo grupo francês Louis Dreyfus, a empresa adiou "temporariamente" a emissão por causa de "condições de mercado adversas", segundo informou a investidores.

Após sondar o apetite dos investidores nos últimos dias, a Biosev havia lançado oferta para captar US$ 300 milhões em bônus seniores. A faixa de preço indicativa dos papéis era de 12% ao ano, o que representaria um custo elevado para a companhia.

Nesses termos, a captação seria menor e mais cara que o pretendido pela Biosev. A empresa planejava inicialmente levantar US$ 500 milhões a um custo de 9% ao ano.

Seria a primeira emissão feita por uma empresa brasileira sem grau de investimento desde os frigoríficos Marfrig e JBS, que fizeram captações no mês passado.

Indefinições sobre o reajuste dos combustíveis e um cenário internacional incerto pesaram na decisão da empresa para desistir, apurou o Valor.

Na opinião de fonte próxima ao assunto, o impasse sobre o teto da dívida nos Estados Unidos e a ata da última reunião do Federal Reserve (o banco central americano), divulgada ontem, "não ajudaram" a companhia, embora não tenham sido os fatores preponderantes. Embora a Biosev seja mais bem avaliada que seus pares, o setor sucroalcooleiro tem risco elevado, o que também dificultou os planos da companhia.

Se não conseguir emitir bônus até o ano que vem, quando vence mais de R$ 1,2 bilhão em dívidas, a Biosev terá de negociar com os bancos um alongamento dos débitos, segundo fonte próxima à empresa. A geração de caixa é insuficiente para cobrir esses vencimentos, já que a moagem de cana-de-açúcar neste ano ficará 15% abaixo do inicialmente estimado devido a problemas climáticos nos canaviais da empresa.

Os bônus eram parte da estratégia desenhada para equilibrar as condições de endividamento da empresa. A captação se somaria à emissão privada de ações feita no início do ano, que resultou na entrada de R$ 600 milhões em caixa, e à abertura de capital, em abril, por meio da qual a Biosev levantou R$ 700 milhões. Em junho, a dívida bruta somava R$ 4,7 bilhões.

Em um cenário pessimista, diz fonte próxima à empresa, a Biosev terá de tomar nova dívida com bancos para rolar obrigações de curto prazo e, como último recurso, recorrer a linhas de financiamento da própria controladora. Esse interlocutor considera improvável um novo aporte da Dreyfus na companhia. Procurada, a Biosev não comentou o assunto.



Veículo: Valor Econômico


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