Os brasileiros valorizam cada vez mais a tradicional hora do cafezinho. E, para acompanhar essa tendência, os fabricantes estão investindo cada vez mais em produtos premium para atender uma demanda maior por itens mais elaborados e diferenciados.
Em 2013, a produção interna deve registrar alta de 3% em volume, elevando o consumo para 20,9 milhões de sacas. Já no ano passado, a demanda cresceu 3,09%, somando 20,3 milhões de sacas, de acordo com os dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
De olho na expansão do setor, empresas como Baggio Café, Korin Agropecuária, Melitta e Nescafé Dolce Gusto já investem no desenvolvimento de produtos mais sofisticados e capazes de atender um público mais exigente e segmentos específicos.
A paulista Baggio Café aposta em dois projetos para expandir sua marca no País. Em 2014, a empresa deve lançar um café especial para as pessoas que praticam atividades físicas, aliando o poder da cafeína a outro composto.
"Estamos sempre buscando algum diferencial para os nossos cafés. Agora, trabalhamos na produção de um elemento que somado ao café faça bem à saúde dos atletas", afirma a diretora comercial da marca, Liana Baggio.
A categoria de monodoses, capaz de fornecer uma dose de café concentrada em sachê ou cápsula, também é outra grande aposta. "As monodoses são uma verdadeira tendência. Vamos entrar no segmento com cápsulas especiais compatíveis com as máquinas da Nespresso. A ideia é começar com um café gourmet e outro aromatizado", explica Liana.
A nova linha deve ser lançada entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014. Para este ano, a empresa projeta um crescimento de 30% no faturamento, enquanto em 2014 deve registrar alta de 20%.
A alemã Melitta é outra que também estuda sua entrada no mercado nacional de monodoses. "Queremos os nossos produtos em todas as etapas, desde o preparo até o consumo. Nos últimos 15 meses, estudamos a possibilidade de participar deste segmento no Brasil também", afirmou o presidente da Melitta do Brasil, Bernardo Wolfson, durante evento recente.
De acordo com o executivo, as pesquisas realizadas pela marca ainda não resultaram em um produto diferenciado, capaz de disputar o mercado nacional. "Levamos em consideração três critérios necessários para o lançamento de um bom produto: qualidade, variedade e valor agregado. Esperamos que até 2015 tenhamos esse item diferenciado". Para este ano, a companhia projeta um crescimento de 11% no seu faturamento em comparação com o ano anterior, somando R$ 902 milhões.
Uma pesquisa realizada pela consultoria Mintel apontou que aproximadamente 25% dos consumidores de café preferem as variedades premium. O levantamento também mostra que 29% dos integrantes das classes A e B preferem as marcas premium, enquanto nas classes C1/C2 e D/E esse índice chega a 23%. Conforme o estudo, 84% dos brasileiros bebem café, sendo que 60% o fazem diariamente. Pensando nisso, a Korin Agropecuária resolveu ampliar sua linha de cafés. Hoje, a empresa trabalha apenas com o café orgânico. "Até o final deste ano, lançaremos um café diferente, mais puro e com uma faixa de preço próxima à categoria premium convencional", diz o diretor comercial da marca, Edson Shiguemoto. O novo produto está em desenvolvimento e deve chegar às prateleiras com preços entre R$ 7 e R$ 8.
Já a Nestlé, dona da Nescafé Dolce Gusto, afirmou que o Brasil já aparece como o maior mercado, em volume de vendas, de suas máquinas de fazer café. Segundo ela, o mercado de sistemas dobrou de tamanho nos últimos três anos. A empresa aproveitou a chegada do Natal para lançar três aparelhos e um novo sabor de bebida, o Nestea Limão, produto que deve ser consumido gelado. Cada cápsula prepara 220 ml.
Veículo: DCI