O mercado brasileiro de algodão chega ao final de outubro com preços em queda. No CIF de São Paulo, a indicação fica por volta de R$ 2,08 por libra-peso, o menor patamar desde o dia 8 de agosto de 2013. Comparado ao mesmo período do mês anterior, a queda acumulada é de 1%. "A atual fraqueza das cotações pode ser creditada à recente apreciação cambial e à queda nos preços internacionais", destaca o analista de Safras & Mercado lcio Bento.
No lado cambial, depois de atingir R$ 2,45 por dólar no último dia 21 de agosto, o padrão monetário norte-americano voltou a perder força e, na segunda-feira fechou cotado a R$ 2,18. No mercado internacional, o contrato spot negociado na Ice Futures US (Nova York) encerrou a segunda-feira rompendo o suporte de US$ 0,80 por libra-peso, cotado a US$ 0,78/libra-peso, o menor patamar desde 17 de janeiro de 2013.
"A combinação destes dois fatores vem afastando os preços domésticos da paridade de exportação e, conseqüentemente, levando os agentes a se reposicionarem", explica Bento. Pelos números de fechamento do dia 28, o algodão a R$ 1,99 por libra-peso no interior do Mato Grosso chegaria ao Fob de Santos/SP por volta de R$ 2,15/libra-peso. Com o câmbio de R$ 2,18 (na data) corresponderia a US$ 0,99/libra-peso, ou 25,3% superior à cotação de dezembro/13 na Ice Futures.
Pela paridade de importação, a fibra norte-americana, cotada a US$ 0,79 por libra-peso na Bolsa de Nova York (dezembro/13 na ICE), com o câmbio de R$ 2,18 por dólar e com da TEC de 10%, chegaria ao CIF de São Paulo a R$ 2,42/lb (com ICMS). "O produto nacional é disponibilizado no mesmo mercado a R$ 2,33 por libra-peso, ou seja, teria espaço para apenas 4,0%", pondera o analista.
Com as cotações nacionais distanciadas (para cima) da realidade internacional e com a possibilidade de importação se aproximando, os compradores se retraem, aguardando a manutenção da trajetória de queda e momentos mais interessantes para recompor estoques. As tradings já negociam a fibra por volta de R$ 2,05/libra-peso, o que deve ser o suporte para o mercado nacional diante da atual realidade de escassez de oferta esperada para a temporada.
Veículo: Diário do Comércio - MG