Forças antagônicas têm trabalhado em uma campanha de bastidores para tratar dos dois projetos de lei sobre a produção de leite que tramitam atualmente na Assembleia gaúcha, em regime de urgência.
De um lado, a Secretaria da Agricultura tem feito uma verdadeira peregrinação aos gabinetes dos deputados, na tentativa de persuadi-los a votar a favor das propostas que implementam o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite (Prodeleite) e o Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite (Fundoleite).
– Estamos levando informações, com técnicos, para os deputados serem conscientes na hora da decisão. A grande maioria já entende o projeto como sendo de Estado e não de governo – argumenta Ardêmio Heineck, consultor da Câmara Setorial do Leite da secretaria.
Entidades ligadas aos produtores e à indústria, contudo, entendem que ainda falta acordo sobre o tema. Ontem, durante reunião com o governador Tarso Genro para tratar do piso salarial regional, foi solicitada mais uma vez, a retirada do regime de urgência dos projetos do leite.
– Passei ao governador que não existe consenso sobre os projetos – explica o presidente da Federação da Agricultura do Estado, Carlos Sperotto.
Em junho, também atendendo a pedido feito por entidades do setor durante encontro com o governador, o regime de urgência do antigo projeto – a versão atual tem uma nova redação – já havia sido retirado.
Uma reunião marcada para hoje na Secretaria da Agricultura pode dar um novo rumo à questão. Como estão em regime de urgência, as duas propostas passam a trancar a pauta a partir da próxima terça-feira, dia 19. Outro tema a ser discutido hoje, em outro encontro, é o igualmente polêmico projeto de identificação bovina, cuja proposta também foi retirada da Assembleia. Um novo texto está sendo construído.
Com relação ao leite, paralelo às negociações com o governo, outra ideia é trabalhada pelo Conseleite. Prevê a criação de um centro de inteligência e está em fase de elaboração do estatuto.
Veículo: Zero Hora - RS