A expectativa para dezembro é de nova redução nos valores por litro pagos aos produtores
O aumento de 6,25% na captação de leite em Minas Gerais fez com que os preços no Estado caíssem 2,25% em novembro. Esta foi a primeira queda registrada no ano. A redução foi observada em quase todas as regiões pesquisadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A expectativa para dezembro é de nova queda nos preços.
O levantamento do Cepea mostra que a redução dos preços foi provocada pela recuperação das pastagens, com o retorno das chuvas, o que estimulou a produção aumentando a oferta no mercado. Outro fator que favoreceu a queda dos preços foi o enfraquecimento da demanda interna.
Na média nacional, o preço médio bruto pago ao pecuarista de leite encerrou o mês a R$ 1,101 por litro, redução de 1,5% ou de 1,67 centavo em relação ao valor praticado em outubro. O preço líqüido médio caiu 1,87%, passando para R$ 1,019 por litro. A média de preço, calculada pelo Cepea, leva em conta o volume captado em outubro nos estados de Minas Gerais, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Bahia.
De setembro para outubro, o Índice de Captação de Leite do Cepea (Icap-L/Cepea) aumentou 3,93%, passando para o patamar recorde de 162,24. Com exceção do Rio Grande do Sul e do Paraná, todos os demais estados registraram alta na captação de leite em outubro, com destaque para Minas Gerais e Goiás, onde os crescimentos foram de 15,1% e de 6,25%, respectivamente.
O levantamento do Cepea mostra que em Minas Gerais, dentre os estados que compõem a "média Brasil", teve o maior preço bruto em outubro, de R$ 1,134 por litro, mesmo com o preço mais alto, a queda registrada no período foi de 2,01%, a segunda maior do país somente atrás de Goias.
No Estado, somente na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) foi registrada alta na cotação do leite. Na região, o litro foi comercializado em média a R$ 1,124 (preço líqüido) o que significou uma valorização de 0,99% frente ao valor praticado em outubro. O valor máximo líqüido pago pelo litro de leite foi de R$ 1,197. O preço bruto teve pequena variação positiva de 0,79%, com a média de preço em R$ 1,218 por litro.
Nas demais regiões, os preços recebidos pelos pecuaristas recuaram. No Sul e Sudoeste de Minas a queda foi a mais significativa, 4,64%, o que fez com que o preço médio do leite encerrasse novembro em R$ 0,997. O maior valor praticado ao longo de novembro foi R$ 1,067 e o menor R$ 0,834.
No Triângulo e Alto Paranaíba, o pecuarista recebeu em média R$ 1,102 por litro de leite comercializado, retração de 2,16%. A cotação máxima liquida chegou a R$ 1,162 e a mínima a R$ 0,994.
No Vale do Rio Doce a variação registrada nos valores do leite foi negativa em apenas 0,24%, com o litro negociado na média a R$ 1,104. O valor mínimo na região foi de R$ 0,964 e o maior preço R$ 1,167.
Queda também foi registrada nos preços pagos aos pecuaristas da Zona da Mata. De acordo com o Cepea, o recuo de 0,49% fez com que os preços ficassem em torno de R$ 0,998 por litro de leite.
Segundo os laticínios e cooperativas consultados pelo Cepea, para este mês, a expectativa é de nova queda nos preços do leite. A maioria dos agentes entrevistados (88,9%), que representam 94% do leite amostrado, indica que haverá baixa nos valores em dezembro. Outros 10,2%, que representam 5,1% do volume amostrado de leite, acreditam em estabilidade. Apenas 0,9% esperam alta para dezembro.
Veículo: Diário do Comércio - MG